Page 116 - A Organização dos Serviços de Saúde em Londrina
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O TRABALHO. DESENVOLVIMENTO E OBSTÁCULOS.
integração não é declarada explicitamente, mas através de outros
argumentos, geralmente de ordem administrativa, como a não
normatização do processo de credenciamento de postos para
vacinação que não os da rede oficial do Governo do Estado. Na
época (julho/77) em que este argumento era apresentado com
justificativa para o não fornecimento de vacinas, o Governo do
Estado de São Paulo já tinha estabelecido facilidades (Decreto
Estadual nº. 9.294 de 17/12/78) para entrosamento entre
Secretaria de Saúde e Prefeituras Municipais, viabilizando
inclusive o credenciamento automático dos Postos de Saúde
administrados por estas. Trata-se, no fundo, de uma visão
anacrônica de organização de serviços de saúde que, em última
análise, ainda incorpora a dicotomia entre ações preventivas
e curativas. Aliás, recente trabalho do IBAM (14) traz o
seguinte comentário a respeito da saúde pública no Paraná:
“À época em que a pesquisa foi realizada (1976), encontrava-
se em elaboração um 1º. Diagnóstico de Saúde para o Paraná,
o que demonstra o atraso em termos do conhecimento da
Saúde Pública naquele Estado. O diagnóstico institucional
dos órgãos de saúde do Paraná, único documento disponível
na época, não fornece informações mais detalhadas sobre o
setor”. E mais adiante: “De maneira geral, existe apenas uma
unidade sanitária (mantida pelo Estado) em cada município,
localizada na zona urbana e funcionando apenas no período da
tarde ou da manhã. O tipo de atendimento médico dispensado
é bastante superficial, resumindo-se basicamente a fornecer
atestados médicos para fins burocráticos e executar programas
de vacinação” e, mesmo quanto a esta atividade, os resultados
observados em 1977 do Programa Nacional de Imunizações
não permitem uma avaliação otimista sobre seu desempenho
(tabela 14).
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