Page 120 - A Organização dos Serviços de Saúde em Londrina
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O TRABALHO. DESENVOLVIMENTO E OBSTÁCULOS.
para presidir as relações entre Prefeitura e Universidade, do
modelo já suficientemente analisado e criticado de pagamento
por unidade de serviço, fator incontrolável de distorções na
área da assistência médica privatizada.
Estes aspectos e a divergência em torno deles redundaram
na não renovação do convênio, episódio que, aliado à decisão
da Universidade em restringir seu atendimento através do
HURNP, vem acarretando sérios transtornos na atenção
de nível secundário e terciário dos pacientes atendidos
inicialmente nos Postos de Saúde periféricos. E essa questão
é essencial quando se tem clareza que a acessibilidade da
atenção primária de saúde deve ser medida não só em função
da utilização dos serviços básicos, mas também do grau em
que permite resolver problemas mais complicados e atender às
pessoas que necessitam uma assistência complexa nos demais
níveis do sistema de saúde.
Em vista dessa dificuldade dispõe-se de uma retaguarda
precária para a rede básica de serviços de saúde. Ao Hospital
Universitário encaminha-se com limitações, ao INAMPS
encaminham-se pacientes sem haver mecanismos de
referência e contrarreferência institucionalizados, à rede
privada de hospitais encaminham-se casos cujas despesas são
posteriormente deduzidas do ISS devido à Prefeitura.
Outrossim, este obstáculo – a precariedade de apoio de
serviços de nível superior – agravado com a não renovação
do convênio com o HURNP, redundou em um aumento de
transferência de recursos financeiros, anteriormente aplicados
no atendimento hospitalar e ambulatorial, em grande parte
especializados, para a manutenção e ampliação da rede de Postos
de Saúde. O que não deixou de ser um auxílio, inesperado, para
a reorientação dos serviços de saúde, com vistas a concentrar
a atenção às parcelas desassistidas e numerosas da população.
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