Page 145 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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que utilizou, para isso, recursos do projeto UNI, distribuindo o boletim
para as escolas médicas brasileiras e para as de Portugal e países africanos
de língua portuguesa.
Além do boletim, os eventos internacionais de educação médica
serviram e continuam servindo como meios de difusão da proposta
“Changing”, a exemplo da 2.ª Conferência Mundial de Educação Médica
e da Conferência Mundial, promovida em 1995, pela ASCOFAME, na
Colômbia. Aliás, foi por ocasião deste evento, do qual o coordenador da
proposta participou como conferencista convidado, que ela passou a ser
mais conhecida na América Latina.
Vale mencionar que, em 1994, a OMS promoveu, em parceria com
o Centro Colaborador de Rockford, Illinois, a “First Global Conference
on International Collaboration on Medical Education and Pratice”. Esse
evento foi o ápice da proposta durante o período, tanto em termos de
promoção da sua visibilidade internacional como em relação aos resultados
alcançados.
O objetivo da Conferência era definir áreas de pesquisa e
desenvolvimento na interface entre serviços de saúde, prática médica e
educação médica. Ou seja, cumpria o papel de constituir os grupos de
projetos previstos no terceiro componente da proposta Changing. Foram
identificadas as prioridades, promovida a pré-constituição dos grupos
de pesquisa-ação interessados no trabalho colaborativo e apontados os
mecanismos de coordenação desse trabalho (WORLD, 1995).
Em síntese, a ideia foi promover, através da Conferência e seus
desdobramentos, parcerias entre universidades, governos e profissionais de
saúde, com vistas ao desenvolvimento de projetos de pesquisa colaborativa,
orientados para aprofundar as relações entre educação, prática médica
e serviços de saúde, uma vez que a coordenação destas interfaces teria
elevado potencial para desencadear as mudanças preconizadas (WORLD,
1995).
Em 1995, durante a 48.ª Assembleia Mundial de Saúde, o tema da
mudança na educação médica foi discutido, aprovando-se uma resolução
intitulada “Reorientating medical education and medical practice for
health for all”. Esse foi um elemento importante para a disseminação da
proposta, significando ao mesmo tempo, com todas as relatividades que
revestem as deliberações dos organismos internacionais, uma oficialização
e comprometimento dos governos dos países membros em apoiar a
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