Page 160 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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Com o passar do tempo, no intervalo entre as reuniões bianuais,
         foram aumentando de intensidade e abrangência os workshops e
         seminários, promovidos em várias regiões, na maioria dos casos enfocando
         o PBL.
               Em 1987, por exemplo, realizou-se uma Conferência em
         Albuquerque, Novo México, Estados Unidos, promovendo a análise
         das escolas médicas que vinham desenvolvendo mudanças curriculares
         importantes e que eram designadas de inovadoras. A publicação, resultante
         dessa Conferência (WORLD, 1987), registra várias estratégias recomendadas
         para a implantação de mudanças educacionais em instituições que já
         tenham cursos médicos estabelecidos (VENTURELLI, 1997).
               Apesar dessas estratégias serem abrangentes, a adoção do PBL
         era a central, como aliás fica evidente pela leitura da citação, feita por
         Venturelli, das palavras proferidas por T. Fülöp por ocasião da conferência
         de Albuquerque “(…) no momento atual, a inovação educacional que
         centra o processo no estudante, integra e usa os problemas prioritários
         como base educativa, é a melhor ou a única forma para promover a
         mudança nas instituições com vistas ao cumprimento da meta SPT-2000
         mediante a APS”.
               Essa metodologia passou a ocupar maior espaço no cenário
         internacional quando a tradicional e renomada escola médica de Harvard,
         nos Estados Unidos, após dois anos de desenvolvimento de um currículo
         experimental paralelo, com base em PBL, decidiu, em 1986, transformar o
         currículo regular, adotando oficialmente a metodologia na escola (BOK,
         1989). Há estudos mostrando que, atualmente no mundo todo, cerca de
         60 escolas médicas (de um total aproximado de 1350) têm os anos iniciais
         dos seus currículos, geralmente até a quarta série, “funcionando em PBL”
         (HART, 1995).
               Conforme registra Barrows (1997), durante os anos 1970 e início dos
         anos 1980, apesar de várias tentativas, era impossível qualquer discussão ou
         apresentação sobre PBL nas reuniões anuais da Associação Americana de
         Escolas Médicas. Os interessados no tema realizavam encontros informais,
         paralelos, durante ou logo após as reuniões oficiais da Associação. Mas,
         nos últimos dez anos, são numerosos os trabalhos apresentados sobre o
         assunto, em eventos nacionais e internacionais.



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