Page 49 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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com serviços de boa qualidade, conforme as realidades nacionais.
         As reformas são processos complexos cujo desenvolvimento envolve
         componentes técnicos e gerenciais, mas também políticos, econômicos,
         sociais e culturais que não admitem um único modelo.
               Várias estratégias vêm sendo adotadas para implementar os
         processos de reforma e, às vezes, em um mesmo processo combinam-
         se várias delas. Algumas reformas derivam de processos de mudança
         constitucional que alteram as bases jurídicas dos Estados nacionais e
         suas relações com a sociedade. Outros casos baseiam-se em medidas
         administrativas adotadas dentro dos marcos legais vigentes.
               Em alguns países, como o Brasil, o processo de reforma vem
         contando com a intervenção importante do Parlamento. No caso da
         Reforma Sanitária Brasileira (RSB), preparada por debates e iniciativas
         da sociedade civil, com forte presença do movimento sanitário durante a
         fase anterior de luta antiditatorial, o Congresso Nacional, as Assembleias
         Legislativas e as Câmaras de Vereadores são hoje palco e, às vezes, atores
         institucionais importantes das discussões e decisões setoriais.
               Em certos países, com forte tendência de expansão para todos, a
         reforma é parte  de um processo mais amplo de ajuste da estrutura e função
         do Estado. Nestes casos, está sendo aplicada uma lógica econômica que
         visa incrementar o papel regulatório do Estado e reduzir sua participação
         direta na prestação de serviços.
               Outras vezes a reforma acompanha a descentralização global do
         Estado. Mas também há casos em que a reforma é desencadeada para
         enfrentar problemas específicos da assistência médico-sanitária, tais como
         a explosão de custos, a ineficiência dos serviços, a iniquidade do acesso,
         a insatisfação do usuário e dos prestadores, ou uma combinação destes
         componentes.
               Os temas da equidade, eficiência e qualidade são centrais na maioria
         das iniciativas, ainda que de uma forma meramente declaratória em
         muitos casos. Dentre os objetivos dessas iniciativas está o de assegurar a
         cobertura universal de serviços básicos de saúde e a focalização do gasto
         público na atenção a grupos populacionais marginalizados ou com maior
         risco. Soma-se a isso a globalização dos padrões de consumo de serviços
         e as novas possibilidades, abertas pelo desenvolvimento tecnológico em
         saúde, que pressionam de forma crescente no sentido da expansão dos
         serviços prestados.



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