Page 89 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
P. 89

da Revista Educación Medica y Salud (SCHRAIBER et al., 1994; BYRNE
          & ROZENTAL, 1994; LIP, 1994), e elaborou um documento intitulado “As
          transformações da profissão médica e sua influência sobre a educação
          médica” (OPS, 1992b).
               Nesse documento, são abordados os temas da Conferência: a) a
         crise econômica; b) o desenvolvimento tecnológico; c) a necessidade
         da equidade. Nele, a prática e a educação médica são abordadas como
         realidades sociais, intimamente relacionadas com os processos de
         desenvolvimento. É em função da organização e dinâmica do Estado, da
         economia, do desenvolvimento científico, tecnológico e das necessidades
         sociais que a prática médica é estruturada ou modificada. Por sua vez, estes
         mesmos condicionantes, seja diretamente ou através da prática profissional,
         orientam e moldam os conteúdos, as estratégias e os mecanismos do
         processo da formação médica.
               São feitas críticas ao Projeto EMA e à 1.ª Conferência realizada em
         Edimburgo afirmando que, neles, a análise centrou-se nas dimensões
         educacionais (curriculares) da prática universitária, nas implicações
         individuais da prática profissional e na extensão dos espaços institucionais
         de formação, significando suas conclusões, essencialmente, linhas para
         uma maior eficiência educacional no marco de um modelo educativo
         não questionado.
               A situação institucional da educação médica na América Latina é
         caracterizada como crítica, orientada basicamente à busca de inovações
         educativas e de recursos financeiros, preocupações que respondem mais
         às necessidades de funcionamento e requerimentos corporativos internos
         das escolas, que às efetivas necessidades de seu entorno social. Ressalta-se
         que as escolas vêm  revelando uma crise de liderança e de governabilidade,
         de baixa capacidade de planejamento e de gestão administrativa, além
         da falta de autocrítica sobre a própria educação médica, restringindo-se
         a eventuais e superficiais reformas curriculares.
               Nesse documento, a OPS e a FEPAFEM tecem críticas ao modelo
         de integração docente-assistencial, com a ressalva de que, na América
         Latina, em muitos casos, encontram-se experiências que caracterizam um
         compromisso global da universidade com os serviços e com a população.
               A “aprendizagem baseada em problemas” e o “ensino orientado
         à comunidade” são vistas como abordagens mais integradoras que as


 60                                     61
   84   85   86   87   88   89   90   91   92   93   94