Page 94 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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esgotamento indicando a necessidade de sua reformulação, levando-a,
            por exemplo, a transcender o trabalho de um departamento ou grupo
            acadêmico e de uma profissão, a fim de  envolver toda a estrutura
            de uma escola ou faculdade e equipes multiprofissionais ao longo de
            todo o desenvolvimento dos cursos de graduação;
         (b) os esforços da universidade no campo da extensão caracterizam-
            se, geralmente, pela negligência no estabelecimento de relações
            com o sistema de serviços de saúde, dado serem descontínuos,
            fragmentados e disporem de precária infraestrutura. Nos projetos de
            extensão universitária, apesar dos esforços desenvolvidos, predomina
            a  desintegração entre atividades de ensino, pesquisa e extensão;
         (c) a participação da comunidade, de forma corresponsável, conjuntamente
            às instituições de ensino e às de serviço consiste num dos pontos
            fracos das experiências ocorridas. A comunidade é tratada, geralmente,
            como beneficiária passiva dos serviços e não como agente ativo nos
            projetos/processos desenvolvidos;
         (d) a educação multiprofissional praticamente não existe, apesar de
            várias instituições universitárias latino-americanas disporem de
            estruturas (Centros ou Faculdades de Ciências da Saúde) voltadas à
            sua viabilização;
         (e) a ausência de sistemas de saúde baseados na comunidade, orientados
            à solução dos problemas prioritários de saúde e integradores das
            funções de assistência, pesquisa e ensino, persiste como um dos
            maiores obstáculos à reforma da educação dos profissionais de saúde,
            permitindo que esta continue sendo desenvolvida predominantemente
            nos estabelecimentos hospitalares de alto grau de complexidade. Isto,
            apesar dos serviços de saúde, inspirados pela Declaração de Alma Ata
            (1978), desenvolverem de forma crescente programas de extensão de
            cobertura, com base na estratégia de APS, resultando em processos
            nem sempre devidamente valorizados e aproveitados pelas instituições
            de ensino.
               Levando em conta reflexões deste tipo e acompanhando iniciativas
         similares, denominadas “Community Partnerships with Health Professions
         Education” (RICHARDS, 1996), desencadeadas pela Fundação Kellogg,
         mais ou menos simultaneamente, nos Estados Unidos (7 projetos) e na
         África do Sul (7 projetos), a sua coordenação de Programas para a América
         Latina decidiu, em 1990, dar início a um novo Programa.



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