Page 99 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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(Conclusão)
                        IDA                                            UNI
         8. Criaram os “Centros de Saúde-Escola”,   8. O aprendizado se dá no sistema local de
         um braço de extensão da universidade na   saúde. Não há “Centro de Saúde-Escola”;
         comunidade, freqentemente gerenciado   todas as unidades da rede são cenários
         e mantido pela universidade e, não raro,   potenciais de ensino e são administrados
         desarticulado do sistema de saúde.  pelo Sistema Local de Saúde.
         9. Podiam prescindir de uma organização   9. Exige uma organização racional do sistema
         racional do sistema de saúde, na medida   de saúde para que o estudante vivencie o
         em que os Centros de Saúde-Escola estavam   que se passa nos diversos níveis de atenção e
         respaldados pelo Hospital Universitário ou   não tenha uma visão fragmentada da atenção
         outros serviços da própria Universidade.   primária de saúde.
         10. Os profissionais dos serviços atuam   10. A universidade é estimulada a incorporar
         marginalmente com o recurso docente.  os profissionais de serviço como recurso
                                          docente.
         11. Enfatizaram as ações e o ensino da   11. O aprendizado se dá nos diversos níveis
         atenção primária.                de atenção do sistema local de saúde.
         12. Elegeram preferencialmente comu-  12. Elegem um setor geográfico onde está
         nidades marginalizadas e carentes,   representado um corte da comunidade, com
         estimulando no aluno a percepção de que a   diferentes estratos sociais evitando a falsa
         medicina de comunidade ou familiar é algo   relação medicina familiar = populações
         idealizado para populações carentes.      marginalizadas.
         13. A comunidade foi beneficiária dos servi-  13. A comunidade é envolvida desde o
         ços, mas sua participação frequentemente   princípio como parceira da iniciativa,
         foi passivo-receptiva.           buscando-se uma participação ativa.
         14. Alunos e professores frequentemente   14. Exige um compromisso dos professores e
         usaram a comunidade como objeto de   alunos com a comunidade, a qual realmente
         estudos e observação.            participa do projeto como sujeito.
         Fonte: Tancredi, 1995c.

               Segundo Chaves & Kisil (1994), “O UNI não é mera continuidade
         das experiências anteriores. (...) é bem mais do que isso. Possui novas
         dimensões. O UNI representa uma nova gestalt, agregando aspectos
         específicos à soma das experiências anteriores, como o de equipe
         multiprofissional, ênfase na dimensão pedagógica, enfoque familiar,
         estreitamento da relação com a comunidade e desenvolvimento sincrônico
         de líderes para atuar nos três componentes”. As novas dimensões
         mencionadas foram melhor identificadas e explicitadas no decorrer do
         desenvolvimento do programa e estão apresentadas em documento
         específico, elaborado pela equipe de avaliação do Programa (FUNDAÇÃO,
         1995b).
               Essas dimensões, apresentadas a seguir, podem ser entendidas como
          conceitos ou campos potenciais do desenvolvimento teórico-prático das
          ações dos projetos:


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