Page 90 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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tradicionais, mas insuficientes e sujeitas a distorções, pois “(...) o ensino
         orientado à comunidade não pode significar uma medicina diferenciada,
         de médicos pobres para populações pobres (...) nem substituir um
         imprescindível arsenal científico, teórico e metodológico, necessário
         para permitir que os estudantes conheçam as realidades sociossanitárias,
         pelo mero contacto com a comunidade, como se este, por si só,
         tivesse o poder de revelar a dinâmica social” (OPS, 1992b). Quanto à
          aprendizagem baseada em problemas, é ressaltado que esta não pode
          restringir-se às manifestações superficiais de fenômenos isolados, mas
          devem, necessariamente, aprofundar as explicações dos problemas de
          saúde, discutindo-os em sua integralidade, o que requer a incorporação
          e fortalecimento das ciências básicas e sociais.
               As contribuições sobre o documento, provenientes das escolas e
          Associações, foram consolidadas pela FEPAFEM e pela OPS, e o novo
          texto (FEDERAÇÃO, 1993) revela-se mais completo do que o documento
          de subsídios elaborado anteriormente e as críticas a outros enfoques estão
          suavizadas.  Em suas conclusões, o documento de posicionamento das
          Américas, de autoria da OPS e FEPAFEM, registra que:
               a)  há necessidade de gerar um novo modelo científico, biomédico e
                 social que projete e fundamente um novo paradigma educativo,
                 em função do indivíduo e da sociedade;
               b)  há necessidade de um novo sistema de valores que transcenda
                 a influência  da  mudança da  prática,  reconstrua  a ética do
                 exercício profissional e garanta a função social do atendimento
                 às necessidades da saúde da população;
               c)  há vantagens no desenvolvimento de trabalho interdisciplinar e
                 de metodologias problematizadoras;
               d)  é fundamental que o desenvolvimento da integração docência-
                 assistência-pesquisa tome a estratégia da APS como objeto
                 de pesquisa e aprendizagem e verifique o compromisso da
                 universidade  com a sociedade, afastando-se da utilização dos
                 espaços comunitários como campos de prática unicamente;
               e)  a superação da contradição entre formação de especialistas e
                 médicos gerais exige que a educação médica enfrente criticamente
                 a determinação tecnológica do critério médico de qualidade, que
                 envolve tanto a ética profissional como a equidade. É nesse


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