Page 91 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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sentido que se dão as possibilidades de resolver este velho
dilema da educação médica. É necessário continuar a formar
melhores especialistas e, ao mesmo tempo, é necessário resgatar
e fortalecer a formação geral na graduação, colocando-os
adequadamente nas equipes de saúde, promovendo igualmente
suas funções e reconhecimento sociais.
A OPS e a FEPAFEM convocam, através do documento, as escolas
de medicina a assumirem um novo contrato social, que legitime sua razão
de ser perante a sociedade e a comprometerem-se a levar adiante, com
a contribuição esperada dos debates da 2.ª Conferência de Edimburgo,
um intenso processo que permita a construção de novas relações entre a
universidade, os serviços de saúde e a sociedade.
Contudo, durante a Conferência, o documento, apesar de ter sido a
única contribuição das regionais da OMS e da WFME entregue previamente
aos organizadores por escrito e em inglês, só foi apresentado no último
dia. Tendo sido muito pouco discutido, sequer faz parte dos “Proceedings”
da mesma (WORLD, 1994).
Em seu “relatório de viagem”, o coordenador do Programa de
Desenvolvimento de Recursos Humanos da OPS registrou que, na sua
opinião, a marginalização da contribuição da OPS/FEPAFEM deveu-se a:
“(...) la predominancia de miembros del “Commonwealth”, relegando a un
plan inferior una representación del mundo subdesarrollado; la posición
de defensa corporativa, representada por personalidades vinculadas a
importantes experiencias educativas de los ultimos 25 años; el rechazo de
grupos más conservadores que encontraban en la posición latinoamericana
una tendencia contrahegemónica” (FERREIRA, 1993).
Quanto às conclusões da Conferência, além de reafirmarem os
princípios norteadores de uma preconizada “Reforma da Educação
Médica”, contidos na “Declaração de Edimburgo”, de 1988, aprovaram
várias recomendações visando superar os obstáculos, devido ao
conservadorismo da profissão médica, da universidade, e as complexidades
da mudança necessária. Com o intuito de contribuir para o avanço das
mudanças aprovaram-se 22 recomendações agrupadas em cinco temas:
Prática Médica e Política de Saúde; Resposta Educacional; Continuum
da Educação Médica; Parcerias na Aprendizagem e Cenários para a
Aprendizagem.
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