Page 185 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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                                            Um  bom  exemplo  dessa  situação  é  a  disciplina  de

                            Epidemiologia, que esteve muito centrada nas doenças transmissíveis, tendo

                            depois se voltado para a metodologia epidemiológica e para a epidemiologia

                            das doenças, com certa repetição da clínica e do diagnóstico. A proposta no


                            atual currículo foi no sentido de que as doenças transmissíveis ficassem com

                            a  disciplina  de  Infectologia  que,  inclusive,  está  lotada  no  mesmo

                            Departamento, como descreve uma professora entrevistada:


                                    “[...]  a  Epidemiologia  passou  a  ter  um  conteúdo  mais  de
                                    Epidemiologia  Básica  como  trabalhar  com  dados,  indicadores  e
                                    método  epidemiológico.  Eu  achei  que  não  era  necessário  dar  a
                                    chamada Epidemiologia Social, porque a meu ver a Epidemiologia
                                    Social é a Sociologia aplicada à saúde. Pode ser que tenha gente que
                                    questione isso, mas eu acho que se nós não tivermos uma boa visão
                                    da  epidemiologia  tradicional,  como  trabalhar  com  dados,
                                    indicadores,  o  aluno  sequer  tem  instrumental  para  discutir  a
                                    Epidemiologia  Social.  O  aluno  de  Medicina  demanda  muito  a
                                    compreensão das doenças pelos métodos tradicionais. Então eu diria
                                    que  a  gente  fez  uma  reforma  conservadora  da  epidemiologia.”
                                    (PUFPR2)



                                            Houve  um  período  de  muita  carência  de  professores  na


                            década  de  90  nas  universidades  federais,  causada  pela  impossibilidade  de

                            contratar  novos  docentes,  inclusive  para  substituição  dos  aposentados.  A

                            situação se agravou na UFPR e, em particular, no ensino de graduação com a

                            criação  de  Práticas  de  Ambulatório  Geral,  disciplina  para  a  qual  o

                            Departamento  de  Saúde  Comunitária  ficou  como  co-ofertante  das  práticas


                            profissionais integradas do Curso de Medicina.



                                            Um dos professores entrevistados relata:




                                           4  

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