Page 189 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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                            Considerada  como  um  avanço,  a  obrigatoriedade  dos  estágios  nos  anos

                            iniciais, que vai ao encontro das Diretrizes Curriculares Nacionais e passará a

                            vigorar no próximo ano.



                                            Com  relação  ao  estágio  do  Internato  no  12º  semestre,  que

                            havia  sido  inicialmente  colocado  na  reforma  curricular  como  obrigatório,

                            acabou  se  transformando  em  optativo,  como  relata  um  dos  professores

                            entrevistados:


                                    Eu  só  estou  ligado  à  questão  do  Internato  no  12º  período.  Na
                                    Federal,  os estudantes  sempre  passam  pela  Saúde  Coletiva  depois
                                    que já passaram por todos os outros estágios. Então eles estão mais
                                    próximos da prova de residência, o interesse tende a ser menor. Não
                                    está  no  currículo  como  estágio  obrigatório,  embora  na  gestão  da
                                    coordenação anterior se comportasse como tal. O Coordenador do
                                    curso,  tentando  obedecer  às  diretrizes,  fazia  com  que  todo  mundo
                                    passasse. A coordenadora atual voltou a explicitar a questão do fato
                                    de  ser  eletivo.  Para  nós  que  fazemos  as  coisas,  o  curso  ficou  até
                                    melhor, porque os alunos que vão lá são os que se interessam, uma
                                    grande dificuldade que tem é que nós fazemos uma parte boa dessa
                                    atividade  em  Unidades  de  Saúde  PSF  de  Colombo.  Agora,  a
                                    Universidade  não  encontrou  nenhuma  forma  de  remunerar  a
                                    supervisão médica na Unidade. No ano passado foi muito difícil, nós
                                    ficamos  numa  Unidade  só  com  uma  médica  da  universidade  que
                                    pedimos  para  dobrar  a  carga  horária  dela  e  então  ela
                                    supervisionava  os  alunos.  Ficou  um  ambulatório  na  Unidade  de
                                    Saúde. Para não ficar só isso, a gente faz outras atividades, não é só
                                    atender  pacientes  na  Unidade  de  Saúde.  Mas  a  parte  da  atenção
                                    ficou  assim,  muito  artificial.  Esta  médica  não  gosta  de  entrar  no
                                    consultório  junto  com  os  alunos, ela  orienta  no  corredor,  horrível
                                    nesse  aspecto.  Eu  consegui  no  final  deste  ano,  que  dois  ex-alunos
                                    nossos  que  têm  afinidade  com  a  área  e  que  não  passaram  na
                                    residência, apesar de serem excelentes alunos, façam essas coisas lá
                                    [consulta  didática].  Eles  recebem  R$  300,00  reais  para  o
                                    combustível e terão certificado de participação, mas é uma situação
                                    precária. E tem mais uma médica que é da Unidade de Saúde que a
                                    gente  identificou  que  poderia  fazer  esse  trabalho  e  está  fazendo
                                    também. Porque tem que ter capacidade técnica e a questão ética,
                                    gostar  de  aluno,  tem  que  ter  alguma  tendência  para  a  docência.
                                    Então hoje os alunos fazem isso, está melhor que no ano passado,
                                    mas tem prazo para terminar. (PUFPR1)

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