Page 260 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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dos estudantes. Na UFPR, além dos estudantes, um dos professores também
fez referência ao assunto; na UnicenP, houve grande debate no grupo focal
dos estudantes, além de um professor e um gestor terem opinado sobre o
tema.
Na análise das manifestações dos estudantes, o que fica
evidente é a expectativa de conhecer o SUS na sua complexidade, seja pela
possibilidade de apreender os paradoxos entre a proposta e a realidade, seja
pela visão mais crítica do seu processo de implementação (o histórico do
projeto da reforma sanitária brasileira e o seu impacto). As passagens que se
seguem ilustram, respectivamente, essas duas tendências:
Outro aspecto que eu achei bem importante é que como teve nos
módulos temáticos toda a parte de conhecimento dos serviços de
saúde, como que funcionam, como que é no papel, depois a gente
vendo agora no Internato, vivenciando o SUS aqui em baixo, fica
muito melhor da gente entender como é que está a realidade de
saúde no Brasil. (EUEL5)
Uma coisa que eu sinto falta, na formação, é ter uma visão mais
questionadora do porquê da existência do SUS. Eu acho que mesmo
no módulo de Abrangências a gente aprende - pelo menos a intenção
é aprender - o funcionamento do SUS, mas eu vejo que poucas
pessoas saem desse módulo com uma visão de qual foi a evolução
que o SUS trouxe para a saúde no Brasil. (EUEL2)
É interessante notar que, no que diz respeito ao conhecimento
do SUS, a posição dos estudantes não se configura como uma demanda de
ordem estrutural ou curricular. Antes disso, ela parece estar relacionada
apenas ao modo como o tema deve ser trazido e refletido no grupo tutorial
pelo atual programa da UEL, ou pelas disciplinas nas outras instituições.