Page 264 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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Como se constatou no caso da UEL, há mudanças na
correlação de forças entre os diversos sujeitos dentro da instituição. Portanto,
as transformações envolvem a construção de novos paradigmas, incidindo
sobre o próprio processo de produção do conhecimento (UEL, 1998; UEL,
1999; UEL, 2002).
Embora a mudança curricular da UEL seja profunda,
apontando para importantes alternativas para a educação médica, ela não é,
em si mesma, a resposta definitiva para todas as demandas de formação. Já
em 1999, Feuerwerker & Sena diziam que as inovações nos processos e nas
relações não bastaram para chegar aonde se pretendia, uma conclusão
pautada na análise dos processos desencadeados através dos projetos UNI
(Uma Nova Iniciativa na Educação dos Profissionais de Saúde – união com a
comunidade), iniciativa para educação dos profissionais de saúde promovida
pela Fundação Kellogg em 1991, no qual se destacou o PROUNI de Londrina
(Kisil, 1996; Tancredi et al., 1999).
Essas conclusões são ainda hoje pertinentes, tendo em vista
o currículo analisado na UEL. O que existe de específico, neste caso, é
justamente a sua capacidade, demonstrada ao longo dos últimos 40 anos, de
manter o diálogo com a organização dos serviços de saúde a nível local e se
colocar à frente o desafio permanente da renovação do modelo de educação
dos médicos (Almeida, 1979; Almeida, 2007).
O melhor currículo de medicina da UEL não foi aquele que se
implantou em um determinado momento, porque os embates entre o novo e o