Page 265 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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velho foram (e ainda são) sempre intensos, marcados pela necessidade de se
negociar com a resistência a alguns aspectos da proposta de mudança. Em
função desse contexto, a redução da reforma aos aspectos metodológicos foi
uma estratégia para garantir a sustentabilidade do currículo integrado, uma
alternativa mais limitada, mas configurando-se como decisão possível em face
do impasse interno, ocasionado pelo enfrentamento de diferentes posições
(Campos, 1999).
No caso da UnicenP, tem-se algumas inovações importantes,
especialmente o fato de um terço da carga horária do Internato ser
desenvolvido nas Unidades Básicas de Saúde da Família da Rede Municipal
de Curitiba, durante a 5º e 6º séries do Curso de Medicina. As disciplinas de
Saúde da Família estão presentes do primeiro ao último ano do curso e não
são apenas teóricas em sala de aula; além das atividades clínicas
supervisionadas na atenção básica, elas vão além dos textos e dos problemas
no papel, com discussões em pequenos grupos e vários tipos de atividades
práticas, todas previstas pelo currículo (Fraiz, 2008).
Como se trata de um curso novo, em fase de implantação e
que formou a sua primeira turma em 2008, do ponto de vista da gestão do
curso, um aspecto essencial é a sua sustentabilidade política nos próximos
anos, em função da necessidade de permanentes negociações com a
Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba e também da sua inserção
hospitalar, em especial no Hospital da Cruz Vermelha, que ainda não é
reconhecido como hospital-escola.