Page 270 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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não só em Medicina, como também na área de Enfermagem e talvez
um pouco menos no Curso de Farmácia. (GUEL4)
Existe, em Londrina, uma concepção própria de Saúde Coletiva que
em muito determinou essa situação. Apesar de todas as diferenças de opinião
e até mesmo divergências ideológicas sobre as políticas nacionais de saúde,
os docentes nunca se isolaram (UEL, 1989). Ao contrário, tiveram sempre
uma atitude gregária, preocupados em tomar parte das lutas comuns a todos,
participando da criação do Sindicato dos Professores, envolvendo-se com os
clínicos e cirurgiões nas questões que dizem respeito ao Hospital Universitário
cujo Diretor Superintendente, reeleito, é, inclusive, um dos docentes do
Departamento de Saúde Coletiva.
Esta postura política institucional sempre esteve associada a
uma prática docente que procurou valorizar a graduação e a participação dos
estudantes. Por isso, a disciplina de Saúde Comunitária talvez tenha sido uma
das primeiras iniciativas de integração docente-assistencial (IDA)
desenvolvidas no Brasil (Marsiglia, 1995).
Ela evidenciou que, quando os estudantes passam a
freqüentar as Unidades Básicas de Saúde descobrem um profissional médico
e uma equipe de saúde sobre os quais não tinham qualquer referência, uma
realidade desconhecida para a grande maioria deles, tanto como pacientes
quanto como cidadãos.
Pensando no papel da Saúde Coletiva no contexto dos
desafios da formação médica (Garcia et al, 2004), o depoimento de um dos
professores da instituição parece especialmente significativo: