Page 276 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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serviços básicos da rede pública de saúde e, portanto, uma prática menos
especializada e menos centrada nos ambulatórios e enfermarias do HC. Uma
das docentes entrevistas relata:
(...) é obvio que apoiamos os reformistas nestes aspectos. Porém, o
que se configurou na prática desta reforma foi uma disputa entre os
que defendiam uma medicina mais generalista e os que defendiam as
especialidades. No currículo anterior havia disciplinas de 90 horas,
a maioria delas desde o 3ºano, como Cardiologia, Pneumo,
Reumato, Neuro, entre outras. Além das suas correspondentes
cirúrgicas, como Cirurgia Torácica e Cardiovascular, do Aparelho
Digestivo, Neurocirurgia, Uro, etc. A tônica que os reformistas
deram foi de redução de cargas horárias e criação de disciplinas
integradas e abriram espaço para as Práticas de Ambulatório
Geral – PAG I, II III e IV, com cargas horárias imensas (120 horas),
porém sem professores, sem campo de estágio definido com os
serviços, o que levou a um caos no momento da sua implantação.
Obviamente não apoiamos esta parte, mas procuramos fazer o que
era possível para o desastre não ser maior. Não podemos nos
responsabilizar pelos equívocos de quem conduziu o processo.
Divergimos da condução do processo, não fomos os mentores, nem a
retaguarda, lutamos por mais espaço para a Saúde Coletiva na
formação e tivemos cortes nas nossas propostas. (PUFPR2)
O que foi feito na Saúde Coletiva da UFPR evidenciou uma
intencionalidade em direção a participar do movimento pela transformação do
ensino médico no Brasil, desde a realização do seu diagnóstico situacional até
os encaminhamentos sugeridos pela CINAEM, defendendo os princípios da
universalidade, integralidade e o acesso a ações e serviços promovidos na
lógica de um Sistema Único de Saúde, apesar de todas as resistências
docentes internas e dificuldades operacionais para construir efetivamente a
parceria com o gestor municipal (CINAEM, 1992; Correa et al., 2007).
Os docentes na UnicenP não estão reunidos em
Departamentos, mas o seu representante destaca a importância da área de