Page 241 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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C APÍTULO VII  AVALIAÇÃO: AVANÇOS E DESAFIOS NO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DA EDUCAÇÃO MÉDICA



                A qualidade do Curso atestada pela comissão externa foi comprovada
           pelos resultados do desempenho dos estudantes no ENADE 2004, ficando
           entre os melhores resultados do país. A validação desse processo se deu com
           o credenciamento do Curso pelo Mecanismo Experimental de Avaliação no
           âmbito do Mercosul – MEXA, coordenado no Brasil pelo MEC. Em 2005,
           a  Comissão  de  Pares  Avaliadores  que  verificou  “in loco” a pertinência  do
           informe  de  autoavaliação  e  constatou  o  cumprimento  dos  critérios  e
           indicadores essenciais estabelecidos pelo MEXA para acreditação dos cursos
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           de  medicina,  destacou  alguns  aspectos ,  que  segundo  eles  traduziam  a
           identidade e a consistência interna do curso de Medicina da UEL:
                •   A inserção do curso na filosofia do Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS)
                   e a importância conferida à Atenção Básica;
                •   O desenho curricular voltado para as necessidades de saúde da população;
                •   As mudanças curriculares adaptativas ocorridas ao longo dos anos e a
                   vigilância realizada sobre os efeitos dessas mudanças; e
                •   A imersão do curso em uma cultura de avaliação existente.

                Além de demonstrar a efetividade do processo de avaliação construído e
           desenvolvido nos moldes do SINAES, atendendo seus princípios e diretrizes
           e cumprindo todas as etapas previstas (autoavaliação, avaliação externa e
           meta-avaliação), cujos relatórios embasaram o processo de acreditação, os
           aspectos destacados sinalizam a coerência da proposta curricular do Curso
           com as demandas ainda atuais da Educação Superior e da Educação Médica.
                Ao contrário, e até hoje, o modelo hegemônico da formação médica
           encontra respaldo no modelo hegemônico da ciência e da tecnologia, que
           segundo Dias Sobrinho (2006) é focado no produto e orientado a demandas
           pontuais  caras e ambientalmente  insustentáveis  com baixa capacidade
           de impacto  socioeconômico.  Para ele,  uma tecnologia  social,  orientada






                 33. Relatório de Avaliação  do  Curso de Medicina  da  Universidade Estadual de
                 Londrina – Paraná – Brasil no Mecanismo Experimental de Credenciamento do
                 Setor Educacional do MERCOSUL – MEXA/MEC. Outubro de 2005.

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