Page 173 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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INTERAÇÃO DOS FATORES CONSIDERADOS NA ECLOSÃO EPIDÊMICA DA DOENÇA MENINGOCÓCICA
Ocorre, então, a pergunta:
- A taxa de portadores aumentou em relação a períodos anteriores e/ou novo
sorogrupo ou sorotipo penetrou em comunidade não imune?
Uma epidemia, numa população qualquer, resulta, certamente, da quebra de
um equilíbrio vigente entre o número de não imunes e o número de portadores.
Faltam-nos, porém, dados concretos para fundamentar essa assertiva.
Demonstráramos apenas que, em 8 anos precedentes à epidemia agora
estudada (1965-1972), o nível endêmico da DM fora elevado no Município
de Londrina . Temos conhecimento dos surtos anteriores, de 1944-1949,
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documentados por CARVALHO , que atingiram várias outras localidades do
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Paraná, além de Londrina, ocorrendo mais ou menos paralelamente à outra
importante epidemia de São Paulo, descrita por SCHMITD & GALVÃO .
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Precederam, portanto, em 24 anos, o processo considerado.
Sabemos ainda que na cidade de São Paulo, em 1972, na vigência da segunda
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grande epidemia da qual se tem registro , MUNFORD e col. encontraram 3,6%
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de portadores entre não comunicantes, quando a taxa anual de morbidade fora
de 18,6 casos/100.000 . Em Londrina, em 1974, verificamos 19,5% de portadores
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entre não comunicantes e a morbidade anual de 132,94 casos/100.000 .
Todavia, tais conhecimentos, salpicados, pouco ou nada acrescentam
na compreensão do processo em questão. A falta de investigação prospectiva
prévia não permite, assim, responder sobre o comportamento de portadores dos
sorogrupos ou sorotipos responsáveis, possivelmente introduzidos recentemente
e/ou em maior número.
Entretanto, em nosso estudo de sorogrupos, em Londrina, observamos
predomínio do sorogrupo C em relação ao A em pacientes e portadores, no
período de agosto de 1974 a janeiro de 1975; à mesma época em São Paulo,
predominava o sorogrupo A sucedendo o C. Isso reforça a ideia de que o processo
epidêmico de Londrina possa ter se originado de São Paulo, começando também
pelo sorogrupo C, evoluindo de forma semelhante em tempos diferentes quanto
ao comportamento etiológico.
Há ainda outras indagações que buscamos responder:
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