Page 251 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA
Há ainda o problema do polissacáride do sorogrupo B, cuja baixa capacidade
imunogênica não está suficientemente explicada.
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JONES & TOBIN, 1976 , partindo da determinação de sorotipos comuns
aos sorogrupos B e C, cuja subdivisão se baseia na presença de antígenos proteicos
não confinados exclusivamente a sorogrupos particulares, estudaram amostras de
sorogrupo B procedentes de pacientes de DM e de escarros de indivíduos não
relacionados àquela doença. Verificaram que 60% das 251 cepas associadas à
infecção clínica portavam o antígeno tipo 2, em contraste com apenas 12% das 42
cepas de portadores casuais. Os resultados sublinham a importância do antígeno
tipo 2 nas cepas que causam DM por sorogrupo B, confirmando observações
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anteriores . Por outro lado, considerando que esses antígenos estimulam a
produção de anticorpos bactericidas, parecendo ser altamente imunogênicos,
lembram os autores que, no desenvolvimento de vacina contra sorogrupo B,
outros antígenos, que não os polissacárides, são importantes. Em decorrência,
concluem que o conhecimento da distribuição dos sorotipos associados com DM
seria vantajoso na escolha dos antígenos a serem incluídos na vacina.
WHITTLE e col., 1976 , considerando a resposta imune ao antígeno
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meningocócico em grupos familiares, embora admitindo que a maior parte dos
pacientes de DM não apresente evidência de imunodeficiência generalizada e
tenha níveis normais de imunoglobulinas e complemento, acreditam que os mais
suscetíveis a adquirir a doença possam ter insuficiência tênue e específica em sua
resposta a um ou mais antígenos do meningococo, visto que, diferentemente da
maioria das pessoas, adoeceram porque não desenvolveram imunidade adequada
à infecção natural. Além disso, se a insuficiência imune tiver caráter genético
poderá explicar por que, em algumas famílias, o meningococo se propaga ampla
e rapidamente.
Com o objetivo de verificar algum defeito imune entre pacientes de DM,
os autores vacinaram com o polissacáride do sorogrupo C e o toxoide tetânico,
26 indivíduos recuperados entre 1 a 4 meses de DM por sorogrupo A, 22 irmãos
desses ex-pacientes e 39 não familiares do mesmo contexto social e pareados com
os ex-pacientes por sexo, idade e profissão. Verificaram, após 2 semanas, que os
ex-pacientes e seus parentes apresentavam níveis significantemente mais baixos
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