Page 50 - A Organização dos Serviços de Saúde em Londrina
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ESTADO E POLÍTICAS DE SAÚDE



                  instituições detêm momentaneamente o surto privatizante.
                  Insidiosamente, entretanto, as articulações entre o Estado e
                  as Instituições de Saúde seguem orientando e impulsionando
                  o processo privatizante. A política do INPS se define pela
                  contratação de serviços médico-hospitalares aos particulares.
                  É através destas contratações e subsídios que vão surgindo as
                  possibilidades  do  crescimento  empresarial  médico.  Empresa
                  médica, hospital como fonte de lucro, pagamento das contas
                  hospitalares por unidade de serviço – eis os ingredientes da
                  reprodução ampliada e acelerada do sistema de desigualdades
                  médico-sanitárias presente em nossa medicina. (...) A extensão
                  dos benefícios previdenciários significa, antes de tudo, maiores
                  lucros para os donos da saúde no país. As empresas médicas
                  vão açambarcando o mercado de consumo médico, em ritmo
                  e tendência claramente oligopólicas. São novas formas de
                  apropriação que viabilizam a constituição de um complexo
                  médico-industrial, articulação íntima entre Estado, instituições
                  prestadoras de atenção à saúde, indústria farmacêutica,
                  indústria de equipamentos médico-hospitalares, Companhias
                  de Seguro, etc., cujo funcionamento rege-se cada vez mais por
                  critérios de rentabilidade.
                       “A reordenação capitalista dá-se a partir de um máximo de
                  centralização e concentração de poder, cristalizadas no INPS
                  sob o pretexto e o manto protetor da ideologia da racionalização
                  administrativa e econômica” (28).

                       Nos últimos anos, particularmente de 1974 para cá, com
                  a criação do MPAS, que centralizou vários órgãos (INPS,
                  IPASE, SASSE, LBA, FUNABEM, CEME) poderosos
                  econômica e politicamente, o Estado passou a ser o grande
                  financiador das ações de saúde. É desse ano (1974), também,
                  a criação do FAS – Lei nº 6.168 de 9.12.74 com o objetivo
                  de dar apoio financeiro aos programas de desenvolvimento



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