Page 114 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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nos conteúdos e estruturas curriculares. Nos últimos dois casos, vêm
existindo processos que combinam as metodologias Problem Based
Learning (PBL) e problematizadora como eixo central dos novos currículos.
Há também iniciativas que adotam as modalidades de “problem-solving”,
de estudo-trabalho e de ensino-pesquisa-ação.
Verifica-se, em muitos casos, confusões teórico-conceituais e
metodológicas, decorrentes do pouco acúmulo de conhecimentos e de
práticas no campo das novas concepções educacionais da escola crítica-
reflexiva. É muito grande o peso da tradição dos modelos pedagógicos
sustentados na concepção educacional de transmissão do conhecimento.
Mas, na maioria dos projetos, são introduzidas concepções pedagógicas
que colocam o estudante como sujeito que aprende a aprender, que
enfocam e priorizam o trabalho de facilitador do professor-tutor, que
valorizam o estudo independente e a inter-relação entre aprender e
fazer. Algumas experiências adotam, com clareza, a definição conceitual
de ensinar-fazendo e aprender-trabalhando, superadora da dicotomia
teoria-prática, criando condições favoráveis para a ação-reflexão-ação
como modelo de intervenção nos processos de ensino-aprendizagem e
no trabalho colaborativo e solidário entre sujeitos sociais da universidade,
dos serviços e da comunidade.
Quanto à capacitação pedagógica dos docentes e à adoção de novas
metodologias de avaliação do seu trabalho e dos alunos, há experiências
que apontam para maior apropriação e utilização do conhecimento
didático-pedagógico, reconhecidamente deficitário nas instituições,
em particular nos cursos de medicina. Em muitos casos, foram criadas
estruturas horizontalizadas, do tipo Núcleos de Apoio Pedagógico, que
se ocupam de prestar assessoria aos processos em andamento.
Do ponto de vista estrutural, além dos núcleos citados, os novos
modelos acadêmicos que se desenvolvem contemplam o fortalecimento
dos colegiados de curso (comitês de currículo), a criação de comissões
permanentes de desenvolvimento curricular integrado (de vários cursos)
e de outros instrumentos voltados à horizontalização das relações e
democratização das administrações acadêmicas. Também cabe registrar
que, em alguns projetos, estes novos modelos em desenvolvimento
significam: a diminuição da importância das estruturas extensionistas
(comissões de extensão dos departamentos, das faculdades); a desativação
de Postos e Centros de Saúde-Escola, através da sua transferência para
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