Page 115 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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os sistemas locais de saúde (Londrina e Marília); a extinção, em um caso
         (Marília),  dos  departamentos  na  estrutura  acadêmico-administrativa,
         substituindo-os por grupos interdisciplinares de trabalho (GITs).
               Em alguns cursos ou instituições envolvidas verifica-se o crescimento
         da participação estudantil na discussão das mudanças. Observa-se também
         o estabelecimento de alianças entre segmentos docentes renovadores,
         oriundos parcialmente da área de saúde pública/coletiva/medicina
         preventiva e social, de pediatria, de certas áreas da clínica médica e de
         certas áreas básicas. As oposições mais acentuadas se localizam em áreas
         da clínica cirúrgica, na clínica médica e, em alguns casos, na própria área
         de saúde pública. Neste último caso, as motivações giram em torno  da
         ocupação de espaços técnico-políticos na estrutura do projeto (lembrar que
         esta área sempre foi detentora da condução das experiências precedentes
         de articulação docente assistencial) e de divergências político-institucionais.
               No que diz respeito à inserção institucional dos projetos no plano
         das estruturas de condução das universidades, verifica-se o predomínio
         de vinculações diretas com os gabinetes dos diretores de faculdades e/
         ou dos Reitores, havendo, em menor número, vinculações estabelecidas
         junto às Pró-reitorias de extensão, de ensino de graduação ou de pesquisa.


               O desenvolvimento dos sistemas locais de saúde

               As mudanças preconizadas e que contribuem para a construção
         dos SILOS, base operacional do desenvolvimento das ações dos novos
         modelos acadêmicos, dizem respeito a: a) incorporação de atividades
         docentes; b) adequações estruturais; c) novas modalidades de atenção.
         O objetivo consiste na conformação de sistemas locais de saúde com
         características acadêmicas (o que não é sinônimo de dizer-se de “natureza
         acadêmica”). Assim, tais sistemas se tornam capazes de responder às
         necessidades sentidas e identificadas pelas populações nas áreas onde
         exercem influência, servindo como campo de atuação das universidades
         para o desenvolvimento de atividades de ensino-aprendizagem, integradas
         às atividades de atenção à saúde e de desenvolvimento comunitário.
               Há, no conjunto das experiências: processos de incorporação de
         funções docentes em unidades de saúde de primeiro e segundo níveis
         de atenção; procedimentos e processos de territorialização nas áreas


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