Page 80 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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Durante o mesmo período de aplicação da Análise Prospectiva,
         existiu no continente uma  sucessão  de  debates  em  torno  da
         convocação  da 1ª Conferência Mundial de Educação Médica, realizada
         em 1988, em Edimburgo. A Conferência convocada em 1985 pela
         Federação Mundial de Educação Médica considerava que sem o apoio
         ativo dos médicos é inconcebível realizar-se as mudanças nos sistemas
         de saúde preconizados pela estratégia da APS e que o problema central
         das instituições formadoras e dos educadores médicos é como preparar
         os médicos para o papel que desempenharão em sistemas de saúde em
         transformação (CONFERÊNCIA, 1986).
               O problema acima apresentado foi desdobrado pela Comissão de
         Planejamento da Conferência, em seis temas: 1) Prioridades educacionais
         para escolas médicas;  2) Estratégias educacionais para escolas médicas;
         3) Integração da escola médica com o sistema de atenção à saúde; 4)
         Recursos para a educação médica: físicos, financeiros e humanos; 5)
         Ingresso no curso médico e necessidades dos países;  6) Relações entre
         ensino de graduação, de pós-graduação e educação continuada.
               A FEPAFEM, para encaminhar as discussões preparatórias à
         Conferência de 1988, decidiu criar um projeto, denominado “Educação
         Médica nas Américas” (EMA). A participação de dezoito dos países
         americanos foi decidida na XI Conferência Pan-Americana de Educação
         Médica, realizada no México, em 1986, por proposição da ABEM, que já
         havia discutido os tópicos do programa da Conferência por ocasião do
         seu XXIV Congresso.
               Nas palavras de Chaves & Rosa (1990) “(...) o EMA representou
         um verdadeiro corte transversal na educação médica ao final da década
         de 80, traduzindo talvez o mais amplo consenso de que se dispõe hoje,
         nas Américas, para um amplo esforço de melhoria da qualidade dessa
         educação (...)”.
               A Conferência finalizou com a aprovação de um documento, a
         Declaração de Edimburgo que, segundo os coordenadores do EMA,
         incorporou as contribuições da América Latina por não existirem
         divergências ou diferenças significativas entre seus conteúdos.
               Após a Conferência de Edimburgo, o Projeto EMA promoveu, em
         uma segunda etapa dos seus trabalhos, envolvendo dezessete países
         latino-americanos, a análise e a formulação de planos de ação. Na ocasião,


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