Page 81 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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se recomendou que os resultados dos estudos das escolas médicas, em
nível micro, com o uso de instrumentos de autoavaliação, como a análise
prospectiva, fossem considerados na formulação desses planos (CHAVES
& ROSA, 1990).
Por outro lado, as atividades desenvolvidas pelas entidades criadas
(ALAFEM, OFEDO, ALADEFE) na primeira metade da década de 1980,
levaram à convocação, em 1988, pela UDUAL, com o apoio técnico-
financeiro decisivo da OPS, de uma Conferência Integrada das Ciências
da Saúde. Esta, como parte de um projeto denominado “SALUDUAL”,
teve os seguintes objetivos: “a) inserir o potencial da Universidade
Latino-americana na meta social SPT 2000 através da estratégia da APS; b)
contribuir ao trabalho conjunto das Associações de Ciências da Saúde da
UDUAL, aumentando sua capacidade técnico-científica em função da saúde
da população; c) cooperar com a OPS/OMS e os países no fortalecimento
e desenvolvimento dos SILOS para avançar na transformação dos Sistemas
Nacionais de Saúde”.
Verifica-se, portanto, que durante o período (anos 1970/80)
as propostas e experiências oriundas do preventivismo, da medicina
comunitária, da medicina geral e/ou de família, da integração docente-
assistencial e outras, foram objetos de análises e reflexões. Em uma crítica
apreciação a respeito, durante o XXVIII Congresso Brasileiro de Educação
Médica, em Cuiabá, Ferreira (1990) considerou: “O fato é que o continente
se debruçou sobre reformas curriculares que, em geral, funcionaram
como “tampão”, ou como diversionistas dos problemas essenciais da
educação médica (…) enquanto a periferia fazia seu barulhento piquenique
curricular, promovendo ambulatórios integrais, ensino na rede, internato
rural, o banquete estava sendo desfrutado dentro da rede hospitalar (…)
o resultado não podia ser outro senão o baixíssimo impacto de todos
esses movimentos sobre a essência da educação médica”.
Na linha de pensamento inaugurada por Juan César García, o autor
acima referido considera que os movimentos de mudança da educação
médica desenvolvidos no período não levaram em conta a contradição
estrutural da educação médica, que consiste na irreprodutibilidade social
das práticas hegemônicas dos docentes de medicina que, no caso concreto
da educação médica latino-americana, continua sendo o da prática médica
liberal (…). Assim, o eixo da educação médica cumpre sua missão, que
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