Page 198 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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                                    algumas  áreas  quanto  ao  setor  e  especialmente  ao  Curso  de
                                    Medicina.  No  entanto,  faltou  articulação  com  a  base.  Como  se
                                    acreditava  que  a  reforma  curricular  poderia  ser  forçada  de  cima
                                    para baixo, e principalmente partindo de uma premissa que era uma
                                    situação que ninguém, na verdade, viu o dado. Os egressos que de
                                    fato  estavam  insatisfeitos  são  novos  médicos,  são  médicos  de
                                    competência  reduzida.  Esse  dado  objetivo  nunca  foi  demonstrado.
                                    Então,  teve  esse  caldo  aí  de  política,  pretensões  políticas  futuras,
                                    algumas  antevisões  sobre  o  que  estava  acontecendo,  quem  está
                                    falando,  e  aí  nós  vamos  correr  para  esse  lado,  que  era  a
                                    intencionalidade da mudança. (GUFPR2)


                                            O  documento  que  traduzia  o  projeto  pedagógico  do  curso

                            continha propostas que, de alguma forma, acabaram sendo incorporadas nas


                            Diretrizes Curriculares Nacionais posteriormente mas que, naquele momento,

                            não estavam incluídas nas orientações do currículo mínimo legal.


                                            Um  dos  aspectos  mais  emblemáticos  foi  a  criação  das


                            Práticas  de  Ambulatório  Geral  (PAG)  para  os  estudantes,  viabilizando  a

                            possibilidade de atendimento de pacientes não pré-selecionados. No entanto,

                            naquela  época,  a  rede  de  saúde  de  Curitiba  não  estava  tão  estruturada  e

                            organizada  como  atualmente.  Além  disso,  a  cidade  de  Curitiba  tinha  sete

                            centros universitários e três cursos de Medicina, todos com tradição, hospitais-


                            escola e estrutura já montada e a Universidade Federal do Paraná não estava

                            entre  os  parceiros  preferenciais  da  Prefeitura. Essa foi uma  articulação  que

                            depois foi construída, em função da exposição precoce do estudante gerada


                            pelos PAGs.


                                            Outra  demanda  imediata  gerada  pelo  novo  currículo  foi  a

                            necessidade  de  professores  que  pudessem  deixar  de  fazer  aquilo  que  já


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