Page 200 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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A análise da forma como os docentes, em particular,
conseguiram se manifestar politicamente em relação à reforma curricular que
foram obrigados a aceitar do ponto de vista administrativo e formal, pode se
basear nas eleições da reitoria que aconteceram pouco tempo depois, como
relata o mesmo gestor:
Para encerrar, a pedagoga, ao sair da Pró-reitoria de Graduação,
se candidata a Reitora da Universidade Federal do Paraná com o
apoio do então diretor do Setor de Ciências da Saúde, parceiro na
reforma curricular da Medicina. E ela perdeu as eleições no Setor
de Saúde fragorosamente. Era uma associação política interessante
com a Tecnologia, um grande setor e a Saúde que, na verdade, não
estava na cabeça de chave, mas ela, na intimidade, imaginava que,
pelo seu esforço de fazer o trabalho, que por um momento foi muito
bom, ela teria livre trânsito, e de fato ela teve livre trânsito, mas
ninguém votou nela. Foi muito contundente para ela que o Setor de
Saúde, para quem ela aparentemente tinha prestado relevantes
serviços, falou para ela aquilo que eles estavam pensando do projeto
político-pedagógico do curso. (GUFPR2)
Os estudantes que apoiaram o ideário da reforma curricular de
1994 devido à sua insatisfação com o currículo anterior continuaram
insatisfeitos com a forma como as mudanças foram implementadas, com as
dificuldades operacionais vividas na institucionalização das Práticas de
Ambulatório Geral e com a manutenção da fragmentação curricular no
conjunto do curso.
Além disso, eles consideram o Ajuste Curricular uma
estratégia burocrática e sua implementação não poderia ter ocorrido antes de
uma nova reforma curricular, porque ele altera a carga horária de muitas
disciplinas e mereceria ser mais discutido antes de ter sido posto em prática.
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