Page 199 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
P. 199

179

                             )*


                            vinham  fazendo  e  passassem  a  atuar  na  supervisão  dos  estudantes  nas

                            Unidades Básicas de Saúde. O PAG era uma estratégia dos departamentos e

                            deveria representar uma parceria dos cinco principais departamentos do curso

                            na  sua  oferta,  o  que  acabou  não  se  viabilizando,  fazendo  com  que  o


                            Departamento  de  Saúde  Comunitária  assumisse  a  supervisão  indireta  dos

                            estudantes  para  resolver  o  problema  concretamente  passou  a  ser  o

                            departamento  responsável  pela  oferta  da  disciplina  no  curso  e  onde  ficou

                            alocada a carga horária desta atividade.



                                            A  reforma  curricular  de  1994  foi  considerada  por  um  dos

                            gestores  entrevistados  como  um  “sonho”  e  não  como  um  produto  de  um

                            processo  de  construção  de  mudança.  Abaixo  seu  relato  sobre  alguns  fatos


                            que marcaram aquela época:


                                    Os  docentes  dos  departamentos  não  se  envolveram,  decidiram
                                    apenas  com  os  chefes.  O  professor  pensa:  eu  não  indo  nas
                                    discussões curriculares mostro que não estou de acordo. Você pode
                                    até dizer: “nós vamos decidir à sua revelia. Decidam para ver o que
                                    eu  faço,  quando  fecho  a  porta  da  sala  de  aula.”    E  é  isso  que
                                    aconteceu. Eu acho que aquela foi uma proposta sonhadora, o que
                                    foi  uma  pena,  porque  a  proposta,  na  essência,  era  excelente.  Eu
                                    tenho dito que não precisa mudar o currículo. A gente precisa mudar
                                    o jeito de trabalhar com ele. Quer dizer, de fato não vamos ter seis
                                    profissionais  numa  sala  para  supervisionar  o  aluno.  Isso  foi  uma
                                    heresia de quem escreveu o currículo. E eu até entendo, hoje. O que
                                    eles  pretendiam  não  era  isso.    O  tipo  de  profissional  que  eles
                                    sonharam a gente não tem como comprar ele na Federal do Paraná.
                                    E  a  gente  não  quer  contratar  esse  profissional.  Por  quê?  Que
                                    ambulatório  ele  vai  tocar?  Para  encurtar  uma  história  longa,
                                    felizmente,  hoje,  os  professores  estão  indo  para  outra  direção  e  a
                                    gente está entregando para a responsabilidade das áreas, é um jeito
                                    de fazer a exposição precoce. Vai começar com a Saúde da Mulher e
                                    do Adolescente, Pediatria, mais básica, tentando levar para fora do
                                    HC os estudantes. (GUFPR2)



                                          )4  

5—
+
$+
	
. <+*
   194   195   196   197   198   199   200   201   202   203   204