Page 30 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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integralidade da atenção e a qualidade e humanização do atendimento"
(Almeida e Maranhão, 2003).
Em função da necessidade de mudanças na formação
profissional relacionadas à organização e às práticas dos serviços, há várias
iniciativas orientadas à construção de agenda comum entre gestores
municipais e instituições formadoras, visando uma maior cooperação entre as
universidades e os serviços de saúde (CONASEMS, 2003), bem como a
elaboração de projetos pedagógicos capazes de produzir perfis profissionais
mais adequados ao sistema de saúde.
Nessa direção, as metodologias ativas de ensino-
aprendizagem, a articulação entre trabalho e aprendizagem, a prática ao
longo de todo o curso e em todos os cenários em que ocorre o processo
saúde-doença, o compromisso com a resolução de problemas da realidade
são alguns dos elementos fundamentais das novas propostas para a formação
profissional do médico (Feuerwerker, 1999).
Apesar de o processo de construção do SUS ter alimentado
diretamente o movimento por mudanças na educação dos profissionais de
saúde, de modo geral, a participação da Saúde Coletiva na graduação médica
não tem sido objeto de reflexão sistemática (Forster et al., 2001).
O grande esforço de constituição do campo da Saúde Coletiva
concentrou-se na pós-graduação e na produção de conhecimento. O ensino
nos cursos de graduação da área de saúde tende a reproduzir os eixos
disciplinares da pós-graduação, quais sejam, a epidemiologia, o planejamento