Page 28 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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necessariamente considerar o seu compromisso social, sua postura ética ou
mesmo sua inquietação científica.
Apesar de haver, na última década um descompasso entre os
setores da saúde e da educação, onde o primeiro foi orientado por um
movimento social democratizante e o segundo pelas diretrizes do estado
mínimo, as novas diretrizes curriculares nacionais para os cursos
universitários da área da saúde indicam caminhos para o enfrentamento
desses desafios (Campos et al., 2001).
A confluência dos dois setores tornou-se possível em função
da concretização das diretrizes curriculares nacionais para os cursos
universitários da área da saúde, como resultado de intensos debates e
mobilização dos movimentos dos profissionais de saúde, dos educadores, das
associações educacionais, do Conselho de Secretários Municipais de Saúde e
do Conselho Nacional de Saúde por mudança na educação (Almeida e
Maranhão, 2003).
Entre as principais diretrizes curriculares está a indicação de
que, na graduação, deve haver uma maior vinculação da formação acadêmica
às necessidades sociais de saúde, com ênfase no SUS. Além disso,
prescreve-se que os cursos de graduação devem ter como eixo do
desenvolvimento curricular o processo saúde-doença em todas as suas
dimensões e manifestações — considerando o cidadão, a família e a
comunidade, integrados à realidade epidemiológica e social (Almeida et al.,
2005).