Page 115 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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C APÍTULO III  A AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO MÉDICA NO BRASIL



                     (...) A proposta de avaliação de tendências  de mudanças das escolas
                     médicas,  visando  a  formação  do  médico  no  curso  de  graduação,  e  ao
                     atendimento das necessidades de saúde (NS) é abalizada na percepção dos
                     atores sociais da escola médica e médicos recém-formados por ela, a partir
                     da seleção de cinco eixos conceituais de relevância nesta construção. Trata-
                     se da percepção que têm esses atores envolvidos no processo de formação
                     a respeito de como está sendo implementado o programa curricular da
                     graduação, diante das necessidades de saúde e de uma farta documentação
                     de  recomendações  de  fóruns  nacionais  e  internacionais  de  educação
                     médica (in Lampert, 2002, cap.2 e 3) que possibilitaram a construção
                     do instrumento aqui proposto, já utilizado por Lampert em trabalho de
                     tese  de  doutorado  (ENSP/Fiocruz,  2002)  com  algumas  modificações.
                     (CAEM/ABEM, 2006:01)


                Os Eixos definidos abordavam as dimensões que integram um curso
           de graduação na perspectiva da Educação Médica transformadora, sendo:
           l) mundo do trabalho; ll) projeto pedagógico; lll) abordagem pedagógica;
           lV) cenários da prática; e V) desenvolvimento docente. No instrumento de
           avaliação, adaptado de Lampert (2002), cada eixo se dividia em vetores que
           traduziam a sua concepção, especificando aspectos relevantes dentro de cada
           um deles. Cada vetor era apresentado em três níveis que caracterizavam o
           estágio em que a escola se encontrava: alternativa 1 - situação tradicional
           do modelo flexneriano; alternativa 2 - situação de inovação, intermediária; e
           alternativa 3 - situação avançada para as transformações, visando o modelo
           da integralidade. (CAEM/ABEM, 2006)
                A proposta propunha a realização da autoavaliação pelos atores que
           participavam  do  processo  de  formação  nas  escolas  médicas,  utilizando  o
           instrumento adaptado de Lampert (2002), que permitia identificar o estágio
           em que as escolas se encontravam no processo de transformação desejado,
           indo do paradigma flexneriano ao paradigma da integralidade, e a partir daí,
           definir a sua tipificação. Quanto mais próximo do estágio 3, mais próximo
           estaria o curso do que se considera ideal na formação profissional na área
           médica, atendendo às diretrizes curriculares de 2001. Dependendo de onde


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