Page 112 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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Nos momentos seguintes, a área médica continuou participando das
oficinas e dos debates promovidos pelo INEP para discutir a avaliação,
mantendo a firme posição de que não poderia haver um único instrumento
para avaliar os cursos de graduação de todas as áreas, e que estes deveriam
considerar as diretrizes curriculares e valorizar o processo de construção e
de implementação dos projetos pedagógicos. Ainda sem obter êxito junto
ao INEP, que continuou insistindo na adoção de um instrumento padrão,
paralelamente, cada vez mais a ABEM aprofundou as discussões sobre a
necessidade de construir um modelo de avaliação condizente com o processo
de mudanças em curso nas escolas médicas, incluindo-a em suas prioridades
nas gestões das diretorias subsequentes.
Foi com base no acúmulo a respeito do tema que a ABEM incluiu entre
os projetos propostos para o biênio 2006-2008, o “Projeto de Avaliação
das Tendências de Mudanças no Curso de Graduação das Escolas Médicas
Brasileiras” e constituiu a “Comissão de Avaliação das Escolas Médicas” –
CAEM/ABEM para coordenar o processo em âmbito nacional, acreditando
na capacidade da avaliação de ser um instrumento indutor de mudanças
e essencial para o acompanhamento responsável da implementação
das Diretrizes Curriculares, com vistas ao aprimoramento da formação
profissional em saúde, de acordo com a política de saúde, como defende o
Ministério da Saúde:
(...) O movimento de mudanças da educação dos profissionais de saúde,
as Diretrizes Curriculares Nacionais, e os princípios do SUS colocam
como perspectiva a existência de instituições formadoras com relevância
social; o que quer dizer escolas capazes de formar profissionais de
qualidade, sintonizados com as necessidades de saúde, capazes de produzir
conhecimento relevante para a realidade de saúde em suas diferentes áreas,
ativas participantes do processo de educação permanente dos profissionais
de saúde e prestadoras de serviços relevantes e de boa qualidade.
Necessariamente, portanto, a essência de uma estratégia de avaliação
das condições de ensino na área da saúde deve estar permeada por esses
princípios e conceitos. (BRASIL, 2003b: 05)
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