Page 108 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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servir como indutora de mudanças nas escolas, não contemplando, portanto,
            as expectativas da área. (REDE UNIDA, 2003)
                 Em novembro de 2002, as entidades apresentaram um novo documento
            intitulado “Novas Considerações sobre a proposta de Avaliação das Condições
            de Ensino dos Cursos de Medicina”, criticando novamente a proposta, e
            dessa  vez apontando  analiticamente  as fragilidades  do instrumento  e
            reafirmando os princípios e conceitos que, no seu entendimento, deveriam
            embasar uma proposta de avaliação coerente com as Diretrizes Curriculares
            da Medicina (2001) e com o movimento de mudança iniciado nas escolas
            médicas:

                      (...) Segundo a compreensão do movimento de mudanças da educação
                      médica,  a  avaliação  tem  também  um  valor  estruturante  em  relação  às
                      escolas. Ou seja, do mesmo modo que os aspectos do desempenho dos alunos
                      que  as  escolas  escolhem  avaliar  refletem  claramente  as  competências,
                      valores e conhecimentos deles requeridos, os aspectos que se destacam na
                      avaliação das escolas cumprem o mesmo papel. Portanto, a avaliação das
                      condições de ensino das escolas médicas deve ser coerente com as diretrizes
                      curriculares e com as orientações do Sistema Único de Saúde. Mais ainda,
                      a avaliação deve ser um instrumento para o avanço das escolas em relação
                      aos  objetivos  propostos  pelas  diretrizes  curriculares.  (REDE  UNIDA,
                      2003: 02)

                 Pautadas pelo impasse  gerado entre as instâncias  do governo e a
            academia, a ABEM e a Rede UNIDA se comprometeram a iniciar uma ampla
            discussão  sobre a avaliação  dos Cursos  Médicos,  envolvendo as escolas,
            os  professores  e os  estudantes,  tomando  o currículo  como um processo
            e procurando analisar as relações  de coerência  e contradição entre suas
            dimensões, e destas com os princípios das diretrizes curriculares e do SUS.
                 A  Rede  UNIDA  realizou  oficinas  com  o  tema  em  seus  Congressos,
            sendo  uma  específica  para  os  Projetos  PROMED visando sintonizar a
            avaliação das escolas médicas com as propostas do governo; e a ABEM, por
            sua vez, fortaleceu o Fórum de Avaliação da Educação Médica ampliando


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