Page 104 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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instituiu  uma Comissão  Assessora.  Durante o ano de 2006, cada escola
            contemplada com recursos do Programa receberia uma primeira visita de
            comissão externa com o objetivo de captar uma visão do curso e da situação
            do projeto.  A partir da visita,  cada instituição  deveria constituir  uma
            Comissão de Gestão e Acompanhamento Local e elaborar uma proposta de
            autoavaliação, contendo um conjunto de indicadores pertinentes aos eixos
            do programa. O processo de acompanhamento de cada projeto teve como
            ponto de partida a proposta de autoavaliação e as impressões colhidas pelos
            assessores durante a visita.
                 Mais do que um Programa de incentivos à reorientação da formação
            profissional,  o  PRÓ-SAÚDE  valorizava a  importância  da  avaliação  na
            implementação de processos de mudanças. A própria estruturação dos eixos
            e vetores em níveis que variam de 1 a 3 estabelecendo a tipificação das escolas
            e a exigência de um diagnóstico inicial construído de modo participativo,
            favoreceram  a cultura  de  avaliação  e  estimularam  o  desenvolvimento  de
            processos  avaliativos.  Entretanto,  apesar de naquele momento  estarem
            vivenciando  outros  processos  de avaliação  estabelecidos  pelo  SINAES,
            além  de  terem  participado  de  outros  programas  de  avaliação,  as  escolas
            médicas  tiveram  muita  dificuldade  em  apresentar  propostas  de  avaliação
            bem fundamentadas e coerentes com os projetos, que eram analisadas pela
            Comissão Executiva do Programa.
                 Na perspectiva do PRÓ-SAÚDE os processos  de reorientação  da
            formação  ocorriam simultaneamente  em  distintos  eixos,  em  direção  à
            situação  desejada,  que antevia uma escola  integrada ao serviço público
            de  saúde  capaz  de  dar  respostas  às  necessidades  concretas  da  população
            brasileira na formação de recursos humanos, na produção do conhecimento
            e na prestação de serviços, sempre direcionados a construir o fortalecimento
            do SUS. (BRASIL, 2005e)


                      (...) O que se busca é a intervenção no processo formativo para que os
                      programas de graduação possam deslocar o eixo da formação - centrado
                      na assistência individual prestada em unidades especializadas - por um
                      outro processo em que a formação esteja sintonizada com as necessidades
                      sociais, calcada na proposta de hierarquização das ações de saúde, e que

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