Page 113 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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C APÍTULO III A AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO MÉDICA NO BRASIL
3.2 NOVOS RUMOS PARA A AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO
MÉDICA
Em virtude de sua participação ativa na discussão e na construção
do processo de avaliação da Educação Médica brasileira, e entendendo
a necessidade de se estabelecer um processo de avaliação que pudesse
fortalecer o movimento de mudança das escolas médicas, a ABEM tomou
a iniciativa de desenvolver um projeto com vistas a valorizar a importância
da avaliação na implementação das mudanças e a impulsionar o processo
avaliativo nessas instituições.
Acompanhando o movimento de mudanças nas escolas e tendo
consciência das dificuldades das mesmas em implementar as novas diretrizes
curriculares, a ABEM sentiu a necessidade de ampliar o apoio que tem dado
às escolas e definiu que um dos caminhos poderia ser a avaliação.
Diferentemente das instituições que participavam do PROMED ou do
PRÓ-SAÚDE, a maioria das escolas médicas não tinha nenhum apoio ou
incentivo para conduzir o processo de mudança, necessário para acompanhar
a evolução da educação médica, na perspectiva da formação profissional
voltada para a melhoria da qualidade da assistência prestada à saúde da
população brasileira.
Para a ABEM, um processo de avaliação formativo e participativo, a
exemplo do que foi realizado pela CINAEM, poderia impulsionar o processo
de mudanças a partir do estabelecimento de um diagnóstico inicial do
momento em que se encontravam as escolas e da definição do ideal que se
pretendia construir, possibilitando o acompanhamento permanente de sua
evolução.
A proposta da Associação Brasileira de Educação Médica - ABEM
Para desenvolver essa proposta, a ABEM contou com o trabalho
desenvolvido por Lampert em sua tese de doutorado (ENSP/Fiocruz,
2002), que avaliou as tendências de mudanças na formação médica no
Brasil, analisando doze escolas médicas. Para realizar o estudo, Lampert
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