Page 111 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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C APÍTULO III A AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO MÉDICA NO BRASIL
e a impossibilidade de mexer na estrutura do documento, as sugestões
enviadas limitaram-se a discutir as dimensões, variáveis e indicadores do
instrumento. (ABEM, 2005)
Em abril de 2006, o INEP/MEC apresentou uma nova versão do
instrumento que orientava a Avaliação dos Cursos de Graduação, elaborado
em conjunto pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior -
CONAES e pela Diretoria de Estatística e Avaliação da Educação Superior
– DEAES/INEP. Tratava-se de um único instrumento para todas as áreas
de graduação. Na opinião da ABEM, mais uma vez não contemplava as
especificidades da área da saúde, nem priorizava a implantação das diretrizes
curriculares.
O instrumento elaborado pela comunidade acadêmica da medicina,
que resultou na proposta encaminhada pela comissão de especialistas para
o INEP ficou diluído dada a inespecificidade do documento aprovado. O
documento foi discutido pela diretoria da ABEM e em reunião do Fórum
Nacional de Educação das Profissões na Área de Saúde (FNEPAS) em julho
de 2006. A partir daí foi criado um grupo de trabalho do FNEPAS, com
representante da ABEM, para propor encaminhamento do debate junto às
associações de ensino da saúde e demais interessados (ABEM, 2006)
Em setembro de 2006, a ABEM ampliou a discussão no XLIV Congresso
Brasileiro de Educação Médica, realizado em Gramado, no qual foi proposto
o encaminhamento ao MEC de um manifesto, apresentando a posição das
Escolas Médicas, o que foi aprovado pelo Conselho Deliberativo da ABEM:
(...) Apresentamos publicamente nossa rejeição a esse instrumento
de avaliação de cursos e pretendemos levá-la ao conhecimento de todas
as escolas e de todos os atores envolvidos no processo de formação dos
médicos e dos profissionais de saúde. Propomos que, em conformidade com
o princípio democrático utilizado pela SESU e pelo Conselho Nacional
de Educação na construção das Diretrizes Curriculares, a aplicação desse
instrumento seja suspensa e que se abra imediatamente um processo de
debate para a construção de outro, digno da avaliação das condições
de ensino das escolas médicas; processo este de que seremos ativos
participantes. (ABEM, 2006: 01)
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