Page 110 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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a permanente avaliação da educação médica no país, todavia entendiam que
os métodos e instrumentos da época não contemplavam seus interesses e
não atingiam os seus objetivos; que o documento do SINAES representava
um avanço, embora necessitasse de aprofundamento sob vários aspectos,
tais como valorizar mais a participação dos diversos segmentos da
sociedade ressaltando os órgãos representativos diretamente envolvidos
na formação médica: escolas médicas (dirigentes, professores e alunos),
gestores do serviço e usuários; e que essa participação fosse garantida
também na execução, na elaboração de métodos, nos instrumentos e no
acompanhamento do processo de avaliação. (ABEM, 2003)
A posição da ABEM também sugeria uma articulação entre as
avaliações da Graduação e da Pós-graduação (Stricto e Lato Sensu) e as ações
dos serviços, enfocando as principais necessidades de saúde da Sociedade;
a garantia de que o processo fosse formativo, ou seja, que os problemas
detectados servissem de referencial para as correções necessárias; que
a avaliação não servisse de ranqueamento ou comparabilidade entre as
instituições e que o Exame Nacional de Cursos – ENC, não fosse mais
aplicado pela sua inadequação como instrumento de avaliação; e por fim,
que o SINAES se constituísse numa política de Estado não havendo solução
de continuidade em função de conjunturas. (ABEM, 2003)
Durante a regulamentação do SINAES, algumas iniciativas de
avaliação das escolas médicas foram utilizadas pelo INEP. A experiência com
o Teste de Progresso que algumas escolas realizavam há alguns anos para
acompanhar a evolução do conhecimento cognitivo dos estudantes ao longo
do curso, com uma prova única para todas as séries, serviu de modelo para
as discussões iniciais do Exame Nacional de Desempenho do Estudante, o
ENADE, que veio a substituir o ENC.
Em 2005, atendendo aos prazos estabelecidos pelo INEP para finalizar
o “Caderno de Avaliação das Condições de Ensino (ACE) das escolas da área
de saúde”, que orientaria os especialistas designados pelo MEC por ocasião
das visitas de avaliação in loco (um dos componentes do SINAES), a ABEM
realizou duas Oficinas de Trabalho para tentar ampliar o debate, envolvendo
docentes e discentes das escolas médicas, onde discutiu, sistematizou,
encaminhou às regionais, rediscutiu, e aprovou as propostas a serem
enviadas ao INEP. Ressalte-se que dado o pouco tempo para as discussões
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