Page 30 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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sediaram a primeira Conferência realizada na América Latina e a próxima
            está prevista para acontecer no México, em setembro de 2020.
                 Em geral, quanto ao contexto  internacional,  dispõe-se  hoje em dia
            de poucas oportunidades de intercâmbio e ação conjunta. As Instituições
            de  Ensino  Superior  não  dispõem  de  fontes  de  recursos  para  custear  as
            participações, e as agências de fomento de pesquisa científica restringem os
            programas de bolsas e de auxílios, resultando na redução de investimentos
            outrora  destinados  a  apoiar  mudanças  na  formação  dos  profissionais  de
            saúde.
                 Com relação ao terceiro contexto, o das políticas públicas de gestão
            do trabalho e da educação  em saúde,  que está abordado no Capítulo 3
            do  livro,  cabe  citar  iniciativas  como  o  Programa  de  Incentivo  às  Escolas
            Médicas  (Promed),  para o  qual  o  curso  de  medicina da  UEL  foi  um  dos
            18 selecionados  em  todo  o  país  e  o  Programa  Nacional  de  Reorientação
            da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde), ambos do Ministério da
            Saúde. No final dos anos 1990 e início dos anos 2000 foram importantes
            naquele cenário de algumas dezenas de cursos de medicina e do SUS que,
            regulamentado  em  1990/1991 com  a  Lei  Orgânica  da  Saúde,  dava  seus
            primeiros  passos,  como  também o Sistema  de Saúde Suplementar. Eram
            anos em que as vagas de ingresso nos cursos de medicina ainda ficavam
            na casa dos milhares, diferente de hoje em dia, quando estão na casa das
            dezenas de milhares. As instituições e dirigentes que ousavam promover
            mudanças mais profundas, como as desenvolvidas em Londrina, em Marília,
            ambas sedes  de projetos  UNI, e algumas outras  escolas,  contavam-se
            nos dedos das mãos e eram vistos nos eventos de educação médica com
            um misto de admiração e de ameaça. Felizmente contavam com o apoio
            de lideranças históricas  e respeitadas  como  os já falecidos  Professores
            Philadelpho Siqueira (1937 - 2014), Mario Chaves (1923 – 2015) e José
            Roberto Ferreira (1934 – 2019).
                 Com a aprovação, em 2001, das Diretrizes Curriculares Nacionais para
            os  cursos  da  área  da  saúde,  conquista  memorável  da  ABEM  e  entidades
            congêneres  de  outros  cursos  da  área,  com  destaque  para  a  farmácia,  a
            enfermagem, a fisioterapia e a odontologia, da Rede UNIDA, da CINAEM
            e outras entidades,  o cenário  tornou-se  mais favorável. As mudanças

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