Page 31 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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preconizadas  deixavam  de fazer parte de uma espécie  de “contracultura
           sanitária” e passavam a ser Lei! Os defensores  do  modelo  biomédico  na
           formação  profissional  e  na  prestação  de  serviços  de  saúde  tiveram  que
           flexibilizar suas posições e  permitir o desenvolvimento de experiências e
           projetos inovadores.
                Novos  projetos  passaram  a ser  desenvolvidos  pela  recém-criada
           Secretaria  de Gestão  do  Trabalho e  da Educação  em  Saúde  (SGTES)  no
           âmbito  do  Ministério  da  Saúde,  importante  conquista  do  movimento  da
           saúde, que conseguiu estabelecer um novo patamar de interlocução com
           o Ministério da Educação, destinando recursos para apoiar os processos de
           mudança/implantação das DCN. Surgiram novas iniciativas como os Polos
           de Educação Permanente em Saúde, o VER-SUS, o Aprender SUS, o PET-
           Saúde, o Pro-residência, o Pro-ensino, a capacitação ampliada dos Ativadores
           dos Processos de Mudança e a Universidade Aberta do SUS (UnA-SUS).
                Ainda com inúmeras fragilidades no processo de avaliação das escolas
           médicas  e sem um consistente processo  de avaliação  da implantação
           das DCN-2001, apesar das várias iniciativas  em  andamento,  em  2014
           foi  aprovada uma nova Resolução  pelo  Conselho  Nacional  de Educação
           estabelecendo novas Diretrizes Curriculares para os Cursos de Medicina.
           Foi um acontecimento diferente do que assistimos em 2001.
                No ano anterior, a Lei do Programa Mais Médicos (Lei 12.871/2013)
           dispôs sobre um novo marco regulatório para a formação médica no Brasil.
           Entre  seus  objetivos  destacam-se:  “a  expansão  de  cursos  de  medicina
           conforme critérios de necessidades regionais, a publicação de novas DCN
           e a universalização de vagas de Residência Médica”. Nessa oportunidade,
           a participação das escolas ou do movimento de professores e de alunos foi
           menor. Em essência, comparativamente com as DCN de 2001, as diferenças
           são as seguintes: avança na proposição de áreas de competência (Atenção à
           Saúde; Gestão em Saúde; Educação em Saúde) em torno das quais deverão
           ocorrer as iniciativas e ações esperadas do egresso; define que as avaliações
           dos estudantes devem basear-se em conhecimentos, habilidades e atitudes
           promovidos  pelos  conteúdos  curriculares  desenvolvidos;  institui  que os
           cursos  devem  desenvolver  instrumentos  que  verifiquem  a  estrutura,  os
           processos  e  os  resultados,  em  consonância  com  o  Sistema  Nacional  de

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