Page 41 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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C APÍTULO I  EDUCAÇÃO SUPERIOR E AVALIAÇÃO



           algumas  das  condições  imprescindíveis  às  transformações,  mudanças  e
           reformas da educação superior.
                O desafio posto à instituição universidade do século XXI, tem sido a
           preocupação da reforma da Educação Superior brasileira que está em curso.
           Revisitando a história da República no Brasil, a educação superior foi regida
           por duas leis gerais que tiveram longa vigência: O Decreto nº 19.851, de 11
           de abril de 1931, e a Lei 5.540, de 1968, revogada apenas no final da década
           de noventa pela Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
                Embora desde então muitas discussões tenham avançado e inúmeras
           alterações tenham sido feitas, o sistema superior brasileiro ainda é regido
           por uma lei herdada do regime autoritário. Em 2004, a discussão da Reforma
           Universitária  foi  reinserida  nas prioridades  do  governo para a educação.
           Com a tarefa de desencadear um processo  de reforma com cronograma
           definido, prevendo um calendário de debates com entidades representativas
           de todos os segmentos acadêmicos e sociais, foi instituído em 2004 o Grupo
           Executivo da Reforma Universitária.
                Considerando  como  o principal impasse  histórico  para a educação,
           o  não  enfrentamento  da  trinômia  avaliação/autonomia/financiamento,  o
           governo estabeleceu um leque de questões a serem debatidas, entre as quais
           mereceram destaque: a missão pública da educação superior, a autonomia
           das universidades, a supervisão do poder público, os resultados da avaliação
           da qualidade e seus posteriores efeitos regulatórios, a diferença entre os
           tipos de instituições e suas especificidades, o financiamento, a organização
           das carreiras docente e administrativa, a organização interna e a escolha dos
           dirigentes, entre outras. (BRASIL, 2005a)
                Segundo o Ministério da Educação, o sistema da educação superior
           brasileiro encontrava-se fragmentado, e era preciso rever sua missão pública,
           ainda que mantendo sua autonomia e respeitando sua diversidade, exigir
           mais qualidade e compromisso com a relevância social.
                Para Dias Sobrinho (2005), “um sistema de educação que realmente
           queira a melhoria da vida de todos os cidadãos precisa ser, por princípio,
           democrático  em seu funcionamento  e público  em sua função.”  (DIAS
           SOBRINHO, 2005: 239)


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