Page 185 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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INTERAÇÃO DOS FATORES CONSIDERADOS NA ECLOSÃO EPIDÊMICA DA DOENÇA MENINGOCÓCICA
quando o frio certamente se acompanhou de baixa umidade, e, em se tratando
dos mesmos sorogrupos do processo anterior, a queda da imunidade residual da
população após o término da última epidemia - 8 a 9 anos - dentro, pois, do prazo
médio, ciclicamente admitido entre os surtos.
Segundo informações, porém, predominou o sorogrupo B nos poucos
casos que tiveram este diagnóstico. Todavia, admitimos que a diminuição
ou a ausência de anticorpos, na maioria dos indivíduos, não levaria a doença
a proporções epidêmicas, na ausência dos demais fatores. Nesse processo, a
vacina antimeningocócica A+C foi aplicada muito precocemente, antes mesmo
da evidenciação do sorogrupo responsável, visando a uma cobertura de 100% das
pessoas do Município acima de 6 meses de idade. Não dispomos, porém, de dados
sobre a evolução do surto.
Continua, portanto, clara a necessidade de investimento na produção de uma
nova vacina mais imunogênica abrangendo os diversos sorogrupos ou sorotipos
de N. meningitidis, considerando-se os indícios de que a seleção dos sorogrupos
não vacinais, atribuída à vacina mono ou bivalente 79, 210 , mas que também poderá
ocorrer com a tetravalente, possa tornar-se um sério problema pelo potencial
epidêmico que lhes é inerente.
Historicamente, a literatura científica mostra que temáticas abrangentes
como dos processos de produção de doença, cujo conhecimento dificilmente se
esgotará, requerem vasta pesquisa reunindo propostas que vão se completando,
ou convergindo, às vezes por caminhos sinuosos, ou até por retornos alvissareiros.
No caso do estudo da doença meningocócica, para sua maior efetividade em
relação ao conhecimento e controle da doença, implica investigação sistemática
multidisciplinar, e, no estabelecimento da dinâmica do processo, integrada com
sistemas de Vigilância clínica, laboratorial e epidemiológica.
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