Page 33 - A Organização dos Serviços de Saúde em Londrina
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a organização dos serviços de saúde em londrina: antigos e novos registros de uma experiência em processo



                 Cabe ressaltar que esse “desenvolvimento” é sempre
            colocado em termos de taxas de crescimento do PNB e de
            abstrações como renda média per capita, muito longe de
            significar uma melhoria geral do nível de vida da população e
            uma equalização de oportunidades para a maioria dos cidadãos.
            E mesmo as decisões de intervir na realidade social de forma
            planificada e sistemática, revelando uma eventual preocupação
            com o desenvolvimento social, acabam se cristalizando em
            medidas, em última análise, de caráter economicista. Ou
            seja,  o  desenvolvimento  social  é  importante  desde  que  não
            comprometa, mas ao contrário, favoreça o “desenvolvimento”
            econômico. Em suma, o que ocorre, principalmente a partir de
            1964, é uma intensificação do processo de expansão capitalista
            e, portanto, desse tipo de “desenvolvimento”.
                 Enfim, o Estado brasileiro tem, há muito tempo, um papel
            intervencionista no processo capitalista de desenvolvimento.
            Em  1964, o rompimento do pacto político que estivera em
            vigor durante duas décadas e que contara com a participação
            de camadas populares urbanas criou condições à Previdência
            Social para utilizar-se de metodologia do planejamento no
            sentido de reforçar a política de privatização dos serviços
            médicos. Mais recentemente, intensificou-se a intervenção
            nessa área social, particularmente após 1974, com a criação do
            CDS, SNS, SIMPAS. Como observa Madel Luz (43):
                 “O processo unificador e centralizador da Previdência
            Social e – o que mais de perto nos interessa – da atenção
            médica, só se tornará possível com um novo regime, em que o
            Estado viabiliza a unificação e a centralização pela concentração
            de poderes que reúne. Neste novo regime, a antiga proposta
            iniciada nas duas primeiras décadas do século, de um “projeto
            de industrialização nacional” com um mínimo de riscos de
            repartição de poderes e riquezas, se revela possível somente



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