Page 34 - A Organização dos Serviços de Saúde em Londrina
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ESTADO E POLÍTICAS DE SAÚDE



                  na medida em que perde o caráter nacional e em que tenta
                  substituir a participação das camadas sociais mais amplas no
                  poder econômico e político por uma “redistribuição” indireta
                  de rendas através de programas sociais. Programas em que a
                  Atenção Médica generalizante passe a ocupar lugar estratégico”.



                       2.1. Política Nacional de Saúde: existe ou não existe?
                       Cabe comentar ainda a questão da existência ou não de
                  uma  Política  Nacional  de  Saúde.  Sim,  porque  esta  questão
                  é frequentemente levantada e geralmente obscurece a
                  compreensão do papel do Estado no setor. Aliás, documentos
                  internacionais (27) e de autores brasileiros induzem a este tipo
                  de raciocínio quando responsabilizam “a falta de objetivos e de
                  políticas de saúde” como fatores impeditivos do planejamento
                  de saúde ou argumentam em torno de que “o Brasil carece,
                  até hoje, de uma Política de Saúde. Não se definiu quais as
                  responsabilidades do poder público e quais as do particular
                  em matéria de saúde” (4). Essa visão decorre, a nosso ver, de
                  um entendimento equivocado do que seja política de saúde. A
                  nosso ver, concordamos que:
                       “Política de Saúde é a forma histórica mais ou menos
                  explícita com que o Estado conduz o problema das condições
                  de saúde da população. Esta condução varia conjunturalmente
                  e comporta um conjunto de divergências, incoerências e mesmo
                  oposições internas. Deste ponto de vista, qualquer Estado tem
                  uma política de saúde, por menos explícita em programas que
                  ela seja, e por menor importância política que tenha a saúde no
                  conjunto dos setores do Estado, isto é, por menor que seja seu
                  papel na estratégia de hegemonia” (43).
                       No entanto, o próprio Ministério da Saúde reforça as
                  tendências para um entendimento equivocado quando apresenta



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