Page 123 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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contemplando capacitações em relações interpessoais, planejamento
estratégico, comunicação, trabalho em equipe e dinâmica de grupo,
trabalho com conflitos, processos de tomada de decisão e valores éticos.
A capacitação de líderes, no bojo da proposta, tem resultado no
surgimento contínuo de novos sujeitos, inclusive entre os estudantes, que
vêm atuando e ocupando espaços não só nos cenários do projeto e do
programa, mas nos relativos aos movimentos nacionais e internacionais
de educação médica e dos demais profissionais de saúde. O mesmo pode
ser dito em relação aos movimentos de reforma do setor saúde e aos
movimentos populares, com especial ênfase sobre estes últimos.
Desenvolvimento da institucionalização
Os processos de institucionalização verificados na proposta UNI são
complexos e, pela própria envergadura das mudanças preconizadas,
observam-se, na maioria dos casos, resultados intermediários e poucos
resultados finais.
As mudanças organizacionais e sociais pretendidas implicam em
mudanças de paradigmas e sua consolidação depende de acumulações
teórico-conceituais, metodológicas e políticas. Algumas variáveis em jogo
nesses processos têm a ver com aspectos contextuais, como as particulares
situações políticas, legais, econômicas e sociais dos espaços locais e
nacionais, onde se desenvolvem as ações dos projetos e que outorgam
maior ou menor viabilidade à continuidade e expansão dos processos
gerados. Outras variáveis dizem respeito às próprias estratégias desenhadas
pelos projetos, em prol de uma dinâmica autossustentável dos processos.
A evolução da institucionalização vem ocorrendo através de
mecanismos estruturais (aumento do número de serviços de saúde, de
unidades de apoio acadêmico, de conselhos de saúde), processuais
(por exemplo, novos currículos dos cursos de graduação) e culturais
(atitudes e práticas). Os casos mais bem-sucedidos acontecem onde se
compreendem as mudanças como processos permanentes que devem
continuar além da vida útil dos projetos UNI, e onde providências se
tomam para a sustentabilidade desses processos, sem a dependência de
recursos externos.
De maneira geral, observam-se alcances satisfatórios, significativos
graus de adesão de importantes autoridades institucionais e de atores
significativos. Verifica-se a abertura das organizações para incorporar
pessoas, novas ideias e novas normas como, por exemplo, as flexibilizações
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