Page 124 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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dos tempos acadêmicos, as expansões horárias dos serviços e a ampliação
         de funções. Tem ocorrido, na maioria dos casos, a celebração de convênios
         e/ou acordos de cooperação que formalizam os vínculos de parceria.
               No que se refere à sustentabilidade, do ponto de vista econômico-
         financeiro, os processos desencadeados dizem respeito à absorção dos
         custos das mudanças por parte das instituições. Isto, aliás, fazia parte
         dos compromissos estabelecidos com a Fundação Kellogg já no início
         dos projetos.
               Apesar de se verificar, no contexto da proposta, uma clara
         compreensão de que não se trata de buscar a institucionalização do
         projeto em si, mas sim dos  processos  de  mudanças  desencadeados,
         enfrenta-se, principalmente junto às esferas acadêmicas, expectativas
         relativas à continuidade indefinida dos projetos (e dos apoios externos). É
         provável que  isso decorra da cultura acadêmica dominante sobre projetos
         e aconteça em razão da escassez de recursos ordinários, que caracteriza
         a vida diária das organizações parceiras da proposta, particularmente nas
         esferas comunitária e universitária.


               Desenvolvimento da comunicação e do trabalho em rede

               Verifica-se que a maioria dos projetos incorporou, em graus
         variados, ações de comunicação (interna e externa) e de trabalho em rede
         (em âmbitos nacional, sub-regional e internacional).
               Em relação  aos  aspectos  de comunicação,  há  experiências  de
         capacitação e/ou profissionalização na área de Comunicação & Saúde
         que vem se desenvolvendo nos últimos anos, particularmente no campo
         da saúde coletiva brasileira (CYRINO & CYRINO, 1997). Existe um amplo
         espectro de canais de comunicação utilizados pelos projetos, embora
         boa parte sem regularidade: produção de boletins, folhetos, revistas,
         livros, jornais, audiovisuais, material radiofônico e televisivo, murais,
         TV interativa, Internet. Permanece incipiente, no entanto, a produção
         e publicação de artigos nas revistas científicas nacionais ou do exterior,
         apesar das facilidades colocadas à disposição pelo programa de apoio.
         Além disso, há indícios de que a definição das audiências para o  material
         produzido é precária, o que prejudica a distribuição e a eficácia das ações
         desenvolvidas no campo da comunicação externa.



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