Page 59 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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Saúde, considerados estratégicos para a estruturação de um novo modelo
assistencial. Independentemente da análise que se possa fazer sobre o
cumprimento efetivo do citado plano de metas, interessa aqui destacar a
inclusão do tema “novo modelo assistencial” no plano da política nacional
de saúde.
Quanto à educação médica, vista isoladamente ou no contexto da
formação de recursos humanos, não há referências relevantes por parte
dos atores centrais (leia-se Ministérios da Saúde) dos processos de reforma.
As manifestações oficiais resumem-se à constatação da inadequação dos
atuais perfis profissionais e das dificuldades de mudança no aparelho
formador. Parece não haver o reconhecimento de que “a educação
médica cumpre um papel fundamental na reprodução da organização
dos serviços de saúde e se cristaliza na reatualização e preservação das
práticas específicas, tanto nas dimensões do conhecimento quanto nas
técnicas e conteúdo ideológico” (OPS, 1976). E, se há reconhecimento,
este não tem sido suficiente para que os atores centrais dos processos
de reforma formulem propostas de mudança na formação de recursos
humanos em saúde.
As iniciativas existentes são parciais, localizadas e situam-se nos
marcos da Integração Docente-Assistencial, sobre a qual existem estudos
mostrando seus limites e indicando um esgotamento dessa estratégia,
conforme será analisado no próximo capítulo.
Apesar de reiteradas manifestações sobre a importância da educação
e da prática médica, não existem indícios de análises e propostas de
intervenção consistentes a este respeito nas agendas da reforma dos países
latino-americanos. Isto, apesar de existirem estudos (CAMPOS, 1988;
BELMARTINO et al., 1988) demonstrando a influência decisiva e até mesmo
determinante (CAMPOS, 1992) da ação – aparentemente individual e
atomizada – da categoria médica junto às esferas de decisão das políticas de
saúde e nos próprios processos de trabalho de um mercado heterogêneo
onde os médicos criam e recriam suas condições de autonomia. Além
disso, os médicos detêm canais poderosos de construção e difusão das
suas políticas corporativas, que são permanentemente implantadas nos
espaços macro e microinstitucionais.
Diferentemente dos processos europeus de reforma, em que o
profissionalismo e a autonomia dos médicos estão contemplados entre os
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