Page 107 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
P. 107
87
)*
exemplo, que vão envolver conteúdo da Unidade 3, ou uma
discussão de Saúde da Família que esta lá na Unidade 4, ou a
questão de formação de vínculo. Formalmente, o programa está
desenhado, tem um rumo que a gente quer chegar que é igual para
todo mundo que é o paciente hipertenso. Agora, as características
vão variar dependendo da situação de cada Unidade e de cada
território. (PUEL4)
Em todos os módulos do curso existe um manual específico
com orientações para os estudantes e detalhamento da programação a ser
desenvolvida. O manual é uma forma dos professores acompanharem a
aprendizagem dos estudantes no que diz respeito aos conceitos previstos. Ao
mesmo tempo em que o módulo tem uma direcionalidade, não se quer que ele
fique enrijecido (UEL, 2007a).
Uma das professoras entrevistadas relata:
... esse dia é para isso, esse dia é para aquilo, eu tenho uma
programação até porque os alunos gostam de ter uma programação,
gostam de ver um calendário, minimamente está dado. Agora, o
desafio é fazer com que a coisa transcenda isso aí no sentido de
atender as expectativas dos pacientes, eles vão encontrar na
Unidade uma situação que não é só hipertenso. Tem o diabético que
também é hipertenso, eles vão ter que lidar com isso. Eles vão
encontrar paciente que é hipertensa e mora sozinha. Tem hipertenso
que é arrimo de família, tem aquele que não é, tem hipertenso jovem.
Eles vão ter que trabalhar essas diferentes situações de acordo com
o contexto que estiver presente naquela Unidade onde eles estão
inseridos. (PUEL4)
Os depoimentos de PUEL4 são particularmente interessantes
porque retratam a dinâmica entre o instituído e o vivido (o programa a ser
cumprido e a relativização da rigidez curricular em função das situações reais
de cada Unidade ou território). De qualquer forma, a flexibilidade do programa
"4
5—6 !. /0