Page 108 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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                            parece fazer sentido (e por isso se legitimar) em face do perfil do médico que

                            se quer forma. Em outras palavras, a ênfase dos conteúdos e as práticas de

                            Saúde  Coletiva  estão  fincadas  não  só  no  cumprimento  de  um  programa

                            estabelecido  a  priori,  mas  no  compromisso  com  o  princípio  da  formação


                            médica,  o  que  explica  a  orientação  para  o  fazer  pedagógico.  Sobre  esse

                            princípio, uma professora diz:


                                    ...essa questão toda de que o médico precisa conhecer o sistema de
                                    saúde, as políticas de saúde do país, ele tem que saber, essa coisa
                                    toda  que  está  no  perfil  do  estudante,  eu  acho  que  dentro  desses
                                    módulos a gente consegue contemplar muito bem na primeira e na
                                    segunda  séries  do  curso  essas  práticas  e  conteúdos.  O  nosso
                                    problema da Saúde Coletiva na UEL é porque depois a gente não
                                    conseguiu  avançar  para  o  restante  do  curso.  Então,  a  gente  tenta
                                    corrigir essa nossa deficiência centrando tudo na 1ª e 2ª séries de
                                    tudo aquilo que a gente acha que é importante da Saúde Coletiva na
                                    formação geral do médico e aí a gente acaba aprofundando demais
                                    nas  duas  primeiras  séries  e  não  tem  uma  participação  efetiva  e
                                    adequada nas outras séries. Eu acho que a gente tinha que ter uma
                                    participação mais homogênea da 1ª. à 6ª série. (PUEL3)



                                            A  preocupação  com  a  formação  mais  ampla  do  médico  é


                            compartilhada  também  pelos  estudantes,  conforme  se  pode  constatar  no

                            seguinte depoimento feito por um dos internos:



                                    ...ter  alguma  coisa  específica  de  Saúde  Coletiva  no  Internato,  a
                                    gente não tem. Acho que é mais dos estudos mesmo, porque a gente
                                    estuda muito Saúde Coletiva lendo artigo adoidado. A gente lê muito
                                    artigo,  mas  alguma  coisa  específica  da  Saúde  Coletiva  pra  gente
                                    fazer  no Internato  a gente  não tem.  Acho que os quatro  primeiros
                                    anos são muito bem dados. Nesse aspecto, a GO trabalha melhor,
                                    porque a gente tem a parte patológica aqui no HU e os casos menos
                                    graves na Maternidade Municipal de Londrina, que é outro campo
                                    onde  a  gente  atua.  Acho  importante  a  gente  tentar  o  Hospital  da
                                    Zona Sul e o Hospital da Zona Norte, porque a gente recebe muitos
                                    pacientes  deles.  E  a  gente  sabe  que  geralmente  quem  está
                                    trabalhando  lá  são  nossos  ex-colegas  daqui  da  UEL,  então  é  um


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