Page 110 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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Quanto à seqüência de atividades do módulo, comenta o
mesmo professor:
...eu diria que [elas são organizadas segundo as necessidades
sentidas pelos estudantes ao lidarem com os problemas trazidos
pelos pacientes ou vivenciados na comunidade]. No entanto, isto é
uma imagem objetiva, porque os conteúdos previstos são
parcialmente estruturados não para cobrir todo o programa
proposto e demonstrar todas as técnicas e procedimentos
pertinentes. Ela é definida pela seleção de situações vivenciadas com
pacientes ou com a comunidade, que melhor exemplifiquem os
conteúdos programados e está mais próxima da nossa realidade.
(PUEL1)
No entanto, a preocupação dos estudantes em relação às
ênfases dos conteúdos de Saúde Coletiva ainda continua muito vinculada ao
concurso de residência médica, uma situação prevista para depois da
formatura. O relato de um interno ilustra esse enfoque:
O aluno pensa na prova de Residência para estudar Saúde Coletiva,
mas e aí? E a importância disso lá na frente? Só mudando o
enfoque. Até é uma crítica aos alunos que vão para o Programa de
Saúde da Família, porque ganha dinheiro. Pensam em juntar um
montante para depois ir fazer a sua especialidade. Essa mentalidade
tem que mudar dentro dos quatro primeiros anos do curso, ela
poderia ser mais bem trabalhada para se tentar mudar isso. Porque
no Internato aqui, a exigência que se tem do aluno, é de estar lá no
hospital o dobro de horas que deveria ser, aí não tem mais como
mudar isso. (EUEL3)
Os estudantes das séries iniciais ainda guardam alguma
esperança de que o ensino de Saúde Coletiva possa ser aprimorado no Curso
de Medicina da UEL futuramente, como opina uma de suas representantes:
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