Page 133 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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Internato, a educação permanente dos professores é feita não nos
ambientes de formação, mas sim nos congressos das respectivas
especialidades, algumas delas têm coisas interessantes sobre ensino,
a Pediatria, nas Moléstias Infecciosas, em Clínica Médica, existem
eventos aí das especialidades que abordam até esses aspectos, mas
não é uma coisa sistemática e nem sei se os nossos docentes quando
vão se interessam nessas temáticas ou se interessam nos outros
assuntos. É uma preocupação que hoje está tendo o Internato nosso
de estruturar alguma coisa. Mas fora essas iniciativas, em termos de
educação permanente docente, eu acho que não temos mais nada.
Acho que há muita debilidade quanto a isso. Temos aí dificuldades,
mas temos também resistência dos professores, o que existe é feito
por iniciativa do Colegiado, não é demanda de docente que vem lá
bater na porta: olha, eu queria fazer um preparo melhor nisso ou
naquilo. (GUEL1)
A sobrecarga de trabalho e a necessidade de atender as
demandas rotineiras são apontadas por uma docente entrevistada como
causas da falta de discussão coletiva mais ampla sobre a prática docente,
como se observa no seu relato:
Eu acho que nós temos mais a concepção teórica do que é o
exercício da prática da educação permanente. Primeiro, eu falei
que algumas coisas, do Departamento de Saúde Coletiva, por si só, a
prática dele é de educação permanente, é uma prática de
ação/reflexão/ação, sempre foi, repensa cada passo, cada mudança
que vai dar, então eu acho que o cotidiano é permeado por isso.
Acho que não existem momentos específicos, do tipo: "agora vamos
fazer nossa educação permanente". Na nossa prática, todos já temos
no sangue a questão da educação permanente, a questão da
humanização, a gente tem os princípios incorporados, tudo que
envolve o fortalecimento do SUS, a iniciativa de mudança de
modelo, de formação, de práticas, já está cristalizado ou
incorporado em nós. Acho que a nossa prática vai por aí. Acho que
têm muitas coisas acontecendo no cenário nacional e que nós temos
muito pouco espaço de discussão coletiva sobre as práticas em
Saúde Coletiva. Aí temos muita novidade acontecendo, reflexões
sendo feitas, até para conhecer o pensamento do grupo, quem acha o
quê? Onde? Não temos tido pernas para isso, infelizmente é uma
questão que nos falta, eu acho que temos buscado beber em outras
fontes, tem cada um bebendo da sua fonte, mas a socialização dessa
discussão, esse momento de reflexão conjunto, que eu chamaria de
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